Mobilidade urbana é o grande tema da actualidade, num mundo cada vez mais citadino e menos rural. A elevada concentração populacional cria enormes problemas na vida das cidades, muitas das vezes pela falta de políticas correctas e corajosas de organização e gestão dos espaços, dos modos de vida e locomoção. A situação é ainda mais grave quando os órgãos de poder e decisão se encontram manietados por grandes interesses corporativos e financeiros.
A coragem de organizar o espaço público em função dos interesses gerais, acima dos benefícios particulares, é algo temerário e impensável para os políticos de hoje. Afinal quem controla e dirige os destinos da política e das nações nos nossos dias são os grandes interesses corporativos e económicos.
A definição do espaço urbano em função do ser humano é imprescindível para o conceito de cidade saudável. As cidades actuais herdaram centros arcaicos inapropriados para os modos de vida de hoje e continuam caindo em erros de urbanismo, muitas vezes ditados por interesses empresariais e corporativos.
Os espaços urbanos não podem ser zonas estanques divididas em áreas de interesses e conveniências económicas particulares. Todo o cidadão tem de ter no seu raio de acção todo o tipo de recursos que necessite para a vivência do seu quotidiano. Ele tem de ter acesso pelos seus próprios meios físicos naturais a partir da sua residência, a tudo o que necessita para viver; educação, lazer, trabalho, saúde, provimentos (comércio e serviços).