Pois é, por vezes a nossa vida entra em turbilhões, que parece ficarmos desfasados da nossa própria alma. Assim tem sucedido comigo, nos tempos (anos) mais recentes. Entrei num sarau de ginástica cármica que me exige toda a elasticidade anímica; e não só a mim, como também àqueles que me rodeiam e me acompanham no quotidiano.
Tive um psicoterapeuta que me afirmava; não devemos flagelar-nos pelos nossos erros, apenas fazemos aquilo que nos ensinaram. Eu continuo repetindo essa fórmula a quem se vem lamentar das consequências das suas menos felizes escolhas e decisões.
Nós decidimos sobre o nosso destino em função daquilo que somos no momento e das condicionantes que a Vida nos apresenta. Somos responsáveis pelas nossas escolhas? Sim, somos responsáveis pelas nossas escolhas. Mas não temos de fazer das nossas vidas um covil de expiação pela nossa incapacidade de decidirmos mais acertadamente num mundo vil e perverso.
Somos mui lestos a julgar e acusar o outro, como se fossemos, cada um de nós, o senhor da razão. Muito prontamente identificamos e apontamos as falhas alheias, esquecendo convenientemente as tremendas burrices que já todos fizemos ao longo das nossas vidas. E depois, se nos fazem notar a impiedade da nossa ligeireza de julgamento, ainda argumentamos vivamente, tentando tapar o sol com a peneira, como se vogássemos acima de qualquer arbítrio.
Assim estou eu no presente da minha vida. Confuso, perdido no redemoinho de escolhas em que se tornou a minha vida, em que a cada segundo tenho que fazer uma opção, como se disso dependesse a minha execução em cadafalso. Sim, na verdade sou logo prontamente executado, por muitos daqueles que, pela sua intimidade e proximidade, deveriam ser os que mais prontamente deveriam manter o seu apoio incondicional, como ensinam os princípios cristão em que foram educados: ama o próximo como a ti mesmo, quem nunca pecou que atire a primeira pedra, ...
Sim, todos vivemos assediados por este mundo esclavagista e gananciosamente competitivo, mas isso não deverá ser desculpa para nos isentarmos da compaixão e cumplicidade que de nós é esperada. E pouco gloriosa é a ajuda que prestamos sob cobrança (nem que seja com sermão moralista e egotista).
Muita ajuda tenho pedido e tenho recebido (algumas vezes de expontânea vontade, sem que a tivesse requerido), nestes tempos mais recentes do meu existir. Na verdade quase que poderia dizer que vivo da boa vontade dos que me rodeiam; estejam eles (eles e elas, indiferentemente) mais perto ou mais longe. A todos agradeço!
Bem hajam!
1 comentário:
Mais um lindo texto meu amor!
O ser humano é complicado muitas vezes queremos poder entender suas fragilidades, decisões, nos decepcionamos... mas assim é o curso da vida.
Eu acredito que as pessoas que de fato nos amam estarão sempre presentes de uma forma ou de outra
e o ser humano sempre irá nos surpreender para o mal ou para o bem e é maravilhoso quando é para o bem!
Amar é apoiar e sempre contará com o meu apoio meu amor.
Sempre.
Te amo
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