quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

O RESULTADO


O professor

Li no blog “Fora do Armário” um excelente texto-tributo (que aqui transcrevo) ao professor assassinado em pleno Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix em Belo Horizonte. O texto é também uma veemente denúncia e acusação.

O professor de Educação Física foi friamente assassinado, à facada, pelo aluno Amilton Loyola Caíres que se queixava de ter sido reprovado na disciplina leccionada pela vítima. Após detenção verificou-se que o jovem de 23 anos já tinha um historial de várias ocorrências policiais, embora sem prisão efectiva. Em 2006, com 19 anos foi interceptado por condução perigosa e manobras arriscadas na via pública, em 2008 foi denunciado por vários professores e funcionários escolares devido a ameaças constantes e simulação intimidatória de porte de arma, ainda nesse mesmo ano, com 21 anos de idade, agrediu o próprio irmão mais velho que acusava de lhe ter roubado R$ 600. Já em 2010 teve passagem pela delegacia, com registo de ocorrência, por lesão corporal após ter-se envolvido numa briga de bar, alegadamente por que se teriam enganado no troco. Depois voltou ao mesmo bar com dois amigos para espancarem o proprietário.

O assassino

J’acuse!!!

(Tributo ao professor Kássio Vinícius Castro Gomes)

« Mon devoir est de parler, je ne veux pas être complice.

(Émile Zola)

Meu dever é falar, não quero ser cúmplice. (...)

(Émile Zola)

Foi uma tragédia fartamente anunciada. Em milhares de casos, desrespeito. Em outros tantos, escárnio. Em Belo Horizonte, um estudante processa a escola e o professor que lhe deu notas baixas, alegando que teve danos morais ao ter que virar noites estudando para a prova subsequente. (Notem bem: o alegado “dano moral” do estudante foi ter que.... estudar!). A coisa não fica apenas por aí. Pelo Brasil afora, ameaças constantes. Ainda neste ano, uma professora brutalmente espancada por um aluno. O ápice desta escalada macabra não poderia ser outro. O professor Kássio Vinícius Castro Gomes pagou com sua vida, com seu futuro, com o futuro de sua esposa e filhas, com as lágrimas eternas de sua mãe, pela irresponsabilidade que há muito vem tomando conta dos ambientes escolares. Há uma lógica perversa por trás dessa asquerosa escalada. A promoção do desrespeito aos valores, ao bom senso, às regras de bem viver e à autoridade foi elevada a método de ensino e imperativo de convivência supostamente democrática. No início, foi o Maio de 68, em Paris: gritava-se nas ruas que “era proibido proibir”. Depois, a geração do “não bate, que traumatiza”. A coisa continuou: “Não reprove, que atrapalha”. Não dê provas difíceis, pois “temos que respeitar o perfil dos nossos alunos”. Aliás, “prova não prova nada”. Deixe o aluno “construir seu conhecimento.” Não vamos avaliar o aluno. Pensando bem, “é o aluno que vai avaliar o professor”. Afinal de contas, ele está pagando... E como a estupidez humana não tem limite, a avacalhação geral epidémica, travestida de “novo paradigma” (Irc!), prosseguiu a todo vapor, em vários sectores: “o bandido é vítima da sociedade”, “temos que mudar ‘tudo isso que está aí’; “mais importante que ter conhecimento é ser ‘crítico’.” Claro que a intelectualidade rasa de pedagogos de panfleto e burocratas carreiristas ganhou um imenso impulso com a mercantilização desabrida do ensino: agora, o discurso anti-disciplina é anabolizado pela lógica doentia e desonesta da paparicação ao aluno–cliente... Estamos criando gerações em que uma parcela considerável de nossos cidadãos é composta de adultos mimados, despreparados para os problemas, decepções e desafios da vida, incapazes de lidar com conflitos e, pior, dotados de uma delirante certeza de que “o mundo lhes deve algo”. Um desses jovens, revoltado com suas notas baixas, cravou uma faca com dezoito centímetros de lâmina, bem no coração de um professor. Tirou-lhe tudo o que tinha e tudo o que poderia vir a ter, sentir, amar.

Ao assassino, correctamente , deverão ser concedidos todos os direitos que a lei prevê: o direito ao tratamento humano, o direito à ampla defesa, o direito de não ser condenado em pena maior do que a prevista em lei. Tudo isso, e muito mais, fará parte do devido processo legal, que se iniciará com a denúncia, a ser apresentada pelo Ministério Público. A acusação penal ao autor do homicídio covarde virá do promotor de justiça. Mas, com a licença devida ao célebre texto de Emile Zola, EU ACUSO tantos outros que estão por trás do cabo da faca:

EU ACUSO a pedagogia ideologizada, que pretende relativizar tudo e todos, equiparando certo ao errado e vice-versa;

EU ACUSO os pseudo-intelectuais de panfleto, que romantizam a “revolta dos oprimidos” e justificam a violência por parte daqueles que se sentem vítimas;

EU ACUSO os burocratas da educação e suas cartilhas do politicamente correto, que impedem a escola de constar faltas graves no histórico escolar, mesmo de alunos criminosos, deixando-os livres para tumultuar e cometer crimes em outras escolas;

EU ACUSO a hipocrisia de exigir professores com mestrado e doutorado, muitos dos quais, no dia a dia, serão pressionados a dar provas bem tranquilas, provas de mentirinha, para “adequar a avaliação ao perfil dos alunos”;

EU ACUSO os últimos tantos Ministros da Educação, que em nome de estatísticas hipócritas e interesses privados, permitiram a proliferação de cursos superiores completamente sem condições, frequentados por alunos igualmente sem condições de ali estar;

EU ACUSO a mercantilização cretina do ensino, a venda de diplomas e títulos sem o mínimo de interesse e de responsabilidade com o conteúdo e formação dos alunos, bem como de suas futuras missões na sociedade;

EU ACUSO a lógica doentia e hipócrita do aluno-cliente, cada vez menos exigido e cada vez mais paparicado e enganado, o qual finge que não sabe que, para a escola que lhe paparica, seu boleto hoje vale muito mais do que seu sucesso e sua felicidade amanhã;

EU ACUSO a hipocrisia das escolas que jamais reprovam seus alunos, as quais formam analfabetos funcionais só para maquiar estatísticas do IDH e dizer ao mundo que o número de alunos com segundo grau completo cresceu “tantos por cento”;

EU ACUSO os que aplaudem tais escolas e ainda trabalham pela massificação do ensino superior, sem entender que o aluno que ali chega deve ter o mínimo de preparo civilizacional, intelectual e moral, pois estamos chegando ao tempo no qual o aluno “terá direito” de se tornar médico ou advogado sem sequer saber escrever, tudo para o desespero de seus futuros clientes-cobaia;

EU ACUSO os que agora falam em promover um “novo paradigma”, uma “ nova cultura de paz”, pois o que se deve promover é a boa e VELHA cultura da “vergonha na cara”, do respeito às normas, à autoridade e do respeito ao ambiente universitário como um ambiente de busca do conhecimento;

EU ACUSO os “cabeças–boas” que acham e ensinam que disciplina é “careta”, que respeito às normas é coisa de velho decrépito,

EU ACUSO os métodos de avaliação de professores, que se tornaram templos de vendilhões, nos quais votos são comprados e vendidos em troca de piadinhas, sorrisos e notas fáceis;

EU ACUSO os alunos que protestam contra a impunidade dos políticos, mas gabam-se de colar nas provas, assim como ACUSO os professores que, vendo tais alunos colarem, não têm coragem de aplicar a devida punição.

EU VEEMENTEMENTE ACUSO os directores e coordenadores que impedem os professores de punir os alunos que colam, ou pretendem que os professores sejam “promoters” de seus cursos;

EU ACUSO os directores e coordenadores que toleram condutas desrespeitosas de alunos contra professores e funcionários, pois sua omissão quanto aos pequenos incidentes é directamente responsável pela ocorrência dos incidentes maiores;

Uma multidão de filhos tiranos que se tornam alunos-clientes, serão despejados na vida como adultos eternamente infantilizados e totalmente despreparados, tanto tecnicamente para o exercício da profissão, quanto pessoalmente para os conflitos, desafios e decepções do dia a dia. Ensimesmados em seus delírios de perseguição ou de grandeza, estes jovens mostram cada vez menos preparo na delicada e essencial arte que é lidar com aquele ser complexo e imprevisível que podemos chamar de “o outro”. A infantilização eterna cria a seguinte e horrenda lógica, hoje na cabeça de muitas crianças em corpo de adulto: “Se eu tiro nota baixa, a culpa é do professor. Se não tenho dinheiro, a culpa é do patrão. Se me drogo, a culpa é dos meus pais. Se furto, roubo, mato, a culpa é do sistema. Eu, sou apenas uma vítima. Uma eterna vítima. O opressor é você, que trabalha, paga suas contas em dia e vive sua vida. Minhas coisas não saíram como eu queria. Estou com muita raiva. Quando eu era criança, eu batia os pés no chão. Mas agora, fisicamente, eu cresci. Portanto, você pode ser o próximo.” Qualquer um de nós pode ser o próximo, por qualquer motivo. Em qualquer lugar, dentro ou fora das escolas. A facada ignóbil no professor Kássio dói no peito de todos nós. Que a sua morte não seja em vão. É hora de repensarmos a educação brasileira e abrirmos mão dos modismos e invencionices. A melhor “nova cultura de paz” que podemos adoptar nas escolas e universidades é fazermos as pazes com os bons e velhos conceitos de seriedade, responsabilidade, disciplina e estudo de verdade.

Autor (não confirmado): Igor Pantuzza Wildmann (Advogado, Doutor em Direito, Professor universitário)

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

CEIA E MESA DE NATAL

Não, não estou atrasado pois em Portugal tem-se o costume de manter a Mesa de Natal posta desde a Véspera de Natal até aos Reis.

Na essência o Natal pouco tem a ver com o nascimento do Cristo, mas sim com as festividades pagãs do Solstício de Inverno (Hemisfério Norte), em que se celebrava a abundância das colheitas e se inspirava os deuses para um pródigo novo ano agrícola que se iria iniciar.

Após a Ceia de Natal, com o tradicional Bacalhau Com Todos, o Peru Recheado (que fica óptimo acompanhado com castanhas assadas) e outras iguarias que podem variar com as capacidades financeiras de cada bolsa e o snobismo de quem recebe, é posta a Mesa de Natal, com toda a variedade de doces tradicionais da quadra e que ficará assim apresentada aos visitantes até ao fecho das festividades no Dia de Reis.

Para abrir as festividades começa-se por um bom prato de camarões cozidos ao natural, acompanhados dum bem fresco vinho verde.

Logo após vem o rei da festa; o Bacalhau com Todos (os Todos são as couves, batatas, ovo, cebolinha e outros vegetais que se queiram juntar a gosto na cozedura) tudo bem regado com azeite puro e alho picado miudinho. O acompanhamento bebível fica ao gosto individual podendo oscilar entre um Vinho Branco Maduro ou um Vinho Tinto Encorpado, pois o bacalhau é um peixe que aguenta bem a disputa com os paladares mais vincados.

E logo avançamos para o Peru Assado, que pode ser recheado ou não (dependendo das carteiras e mestria do cozinheiro ou da cozinheira). Este, sem dúvida, merece um bom Vinho Tinto Maduro.

Para fechar o repasto fica bem uma Canjinha de Galinha, que ajuda a dissolver as gorduras e auxilia na digestão.


Para sobremesa poderá vir um Arroz Doce bem tradicional, ou o popular Pudim Molotof (de claras e açúcar, apenas).

Fechamos com uma xicarazinha de café (pois a noite vai ser longa) e um digestivo que pode ser o ritualístico Vinho do Porto ou o divinal Vinho Moscatel das terras do Sado.

E é então que é montada a mesa das guloseimas de natal, que ficará ao dispor dos dedos mais sorrateiros e dos olhos mais cobiçosos, dos que se dispõem aos mimos da gula sem receio da balança.

Bolo-Rei, soberano, ocupa o posto central da Mesa

O Tronco de Natal, entrou mais recentemente na tradição mas passou a ocupar lugar vitalício

A Lampreia de Ovos é uma iguaria doce indispensável em qualquer mesa festiva portuguesa

Coscorões

Azevias (recheadas com doce de batata-doce ou doce de grão de bico)

Filhoses estendidas

Sonhos de Abóbora

Rabanadas (também conhecidas por Fatias Douradas ou Fatias Paridas)

Frutos secos

Castanhas-assadas (as chamadas Quentes e Boas!) são sempre um reconfortante aconchego nas frias noites de Inverno

Sangria (indispensável em qualquer confraternização portuguesa, mistela de vinho tinto, refrigerante de limonada e frutas frescas várias com gelo, açúcar a gosto e um pau de canela)

Espumante! (para as carteiras que puderem será Champagne mesmo), indispensável para qualquer brinde festivo


quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

O Musical

Ok! Eu sei que já todos viram, mas eu não me canso de ver e rever.

Quem me deu a ideia foi a minha amiga Mena, com quem compartilho a autoria deste post e a quem o dedico, ao enviar-me pela enésima vez este vídeo estafado de correr nos emails, mas que sempre nos faz sorrir.

Afinal estamos numa quadra festiva. Que venha a música!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

OH TU!

O Sufismo é mais conhecido como a via mística do Islão. Contudo ele é proibido e perseguido em várias nações islâmicas por os seus preceitos irem contra a sharia. Mesmo em nações que utilizam o popular ritual Dervish de dança como uma atracção turística, a prática da filosofia sufi de autoconhecimento e identificação com o divino é proibida.

No seio duma religião racional na sua essência, o sufismo põe de lado a razão e exalta os sentimentos; a ligação a Deus pelo amor e pelo coração (por isso é conhecido como o Islão do Amor).

A intolerância que o sufismo sofre nos meios islâmicos (ainda nos dias de hoje praticantes sufis são perseguidos e mortos) é mais fácil de entender ao sabermos que não tem origem muçulmana, embora tenha crescido aliado ao islamismo que ajudou a disseminar (principalmente junto dos povos do oriente). Na verdade não se consegue determinar a origem dessa filosofia tão liberal e errática.

Essa prática conhecida como o Islão da inteligência, da tolerância e da busca do conhecimento, fica bem ilustrada no poema do místico egípcio Dhu’l-Nun al-Misri, que abaixo transcrevo e no qual se podem perceber as razões da desconfiança da ortodoxia islâmica em relação a tais estados de espírito.


“Morro, sem que no entanto morra em mim

O ardor do meu amor por Ti,

E o Teu Amor, meu único fito,

Não apaziguou a febre da minha alma.


Só ao Teu encontro o meu espírito lança o seu grito;

Em Ti repousa toda a minha ambição,

E no entanto a Tua riqueza está muito acima

Da pobreza do meu humilde amor.


Volto para Ti a minha prece

E procuro em Ti o meu último repouso;

Para Ti se eleva o meu surdo queixume,

Tu obsidias o meu secreto pensamento.


Um febre arde no meu coração

E assola-me de alto a baixo;

Ela destruiu a minha força e o meu apoio

E consumiu lentamente a minha alma.

Oh! dá-me então o Teu favor

Para que eu viva, assim assistido,

E por Ti supere sem custo

Os rigores da minha pobreza.”


Nota: Dedico este post às minhas amigas Hürrem e Mari, a viverem as suas aventuras de vida na Turquia.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

sábado, 18 de dezembro de 2010

FÉ E PANETTONE

Nada santifiques, tudo é sagrado.

No fim tinha os dedos lambuzados de chocolate e, quebrando todas as regras de etiqueta, lambi-os. Afinal em casa da minha amiga Laurita (a quem dedico este post com um grande abraço de amizade) sinto-me como em família. Além disso eu gosto de transgredir certas pequenas regras, que por vezes parecem mais de puro snobismo que de etiqueta.

Fazia dias que eu tinha assistido na TV uma campanha publicitária dum delicioso panettone de chocolate. Eu, que gosto de panettone, fiquei lambendo-me e babando-me de gulodice. Mas, como o dinheiro é MUITO escasso por estas bandas, fiquei confiante que ainda haveria de provar tal iguaria. E nem foi preciso esperar muito.

Ontem a minha amiga Laurita convidou-me para ir almoçar em casa dela, pois a ementa era de peixe e ela sabe o quanto eu adoro comer peixe. Só posso dizer que estava uma delícia e, tal como já disse antes me sinto em casa por lá, servi-me três vezes. Ah! Divinal! E depois do repasto, fui questionado sobre se quereria panettone de sobremesa. Mas como recusar?!!!

Deslumbre meu quando me apresentaram uma deliciosamente tentadora fatia de panettone de chocolate.

É simples, eu sempre digo: o que nos for devido irá cruzar-se no nosso caminho, mais cedo ou mais tarde.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

PALEONTOLOGIA

A Paleontologia é a Ciência natural que estuda a Vida do passado da Terra e seu desenvolvimento ao longo do tempo geológico, bem como os processos de integração da informação biológica no registo geológico (do Gr. palaiós, antigo + óntos, ser + lógos, tratado).

O paleontólogo é um cientista com formação superior em Geologia (ou em Biologia, ainda que esta seja menos frequente) que estuda os fósseis para investigar como eram os organismos e os ecossistemas do passado da Terra. O paleontólogo estuda os fósseis, também, para perceber como estes se formaram e como podem ser usados para a datação relativa dos estratos rochosos em que ocorrem.

Paul C Sereno é um paleontólogo norte-americano com várias descobertas importantes de espécies de dinossauros e répteis em vários continentes. O seu mais famoso achado foi o exemplar mais completo do super-crocodilo, no deserto de Ténéré, no Níger. É professor da Universidade de Chicago e explorador residente da National Geographic.

Quem quer ser paleontólogo ou paleontóloga?

(foto da revista online People) (ampliar a foto para ler o texto, ou ler no link)









Nota: clicar nas fotos para ampliar (todas elas são de Paul Sereno e seus achados)

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

ASSIM


Parece tudo assim tão simples!...

“Matei porque ele disse que me conhecia”, foi a justificação que Adnoel, de 20 anos, deu por ter morto à queima-roupa um caseiro de 43 anos, quando roubava um aparelho de DVD e a espingarda com que disparou o tiro fatal. E prossegue a descrição:

“Eu já sabia que tinha essa espingarda na casa e o DVD. Ontem, resolvi roubar, mas ele (Toinho) me reconheceu, aí tive que o matar. Mas na verdade, eu fui com a intenção de matar César (outro caseiro da fazenda), com quem eu tenho uma rixa. Mas ele não saiu, quem saiu foi o negão (Toinho), aí eu atirei, porque também ele me reconheceu. Se eu tivesse encontrado o César, ia gastar os 12 cartuchos na cara dele. Um dia ainda encontro ele. Eu não tenho medo de nada, mato qualquer um, pode ser quem for”.

Nota: A foto e o relato do assassino vieram do blog ROTA POLICIAL.

domingo, 12 de dezembro de 2010

CANÇÃO DE MADRUGAR

Revolvendo nas saudades e nas memorias, encontrei a versão original da Canção de Madrugar, que é mais uma das pérolas da música ligeira portuguesa. Mais uma bela melodia de Nuno Nazareth Fernandes, baseada num excelente poema de José Carlos Ary dos Santos. No original foi apresentada por Hugo Maia de Loureiro, que com ela concorreu ao Festival RTP da Canção de 1970.

Depois procurei versões diferentes e achei esta actualizada, na voz de Susana Félix, que aqui vos apresento.

Canção de Madrugar

De linho te vesti

de nardos te enfeitei

amor que nunca vi

mas sei.

Sei dos teus olhos acesos na noite

- sinais de bem despertar -

sei dos teus braços abertos a todos

que morrem devagar.

Sei meu amor inventado que um dia

teu corpo pode acender

uma fogueira de sol e de fúria

que nos verá nascer.

Irei beber em ti

o vinho que pisei

o fel do que sofri

e dei.

Dei do meu corpo um chicote de força.

Rasei meus olhos com água.

Dei do meu sangue uma espada de raiva

e uma lança de mágoa.

Dei do meu sonho uma corda de insónias

cravei meus braços com setas

descobri rosas alarguei cidades

e construí poetas.

E nunca te encontrei

na estrada do que fiz

amor que nunca logrei

mas quis.

Sei meu amor inventado que um dia

teu corpo há-de acender

uma fogueira de sol e de fúria

que nos verá nascer.

Então:

nem choros nem medos nem uivos

nem gritos nem pedras nem facas

nem fomes nem secas nem feras

nem ferros nem farpas nem farsas

nem forcas nem cardos nem dardos

nem guerras

nem mal


Dedicado ao Amor e àqueles que Amam


sábado, 11 de dezembro de 2010

PAI E FILHA


M - Têm-me dito que o povo brasileiro é amoroso, criativo e diversificado. Eu acredito piamente! E a cada instante deparo-me com provas disso.

S – Sim. E daí? Que foi agora?

M – Eu estava ali olhando pela janela e passou um homem com uma menina duns 5 ou 6 anos pela mão.

S – E então? Que tem isso de mais?

M – Nada demais... só que a criança ia andando enquanto o homem ia pedalando montado na bicicleta.


Nota: Embora semelhante ao teu estilo de post-diálogo, juro que não te roubei a ideia Lobo (um beijo para ti, amigo). Dedico-te assim este post.

Nota 2: Foi mesmo verdade e o M sou mesmo eu. Obviamente que o S é o Serginho.


Queen - Bicycle Race

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

ARROZ E FLORES

"Um sujeito colocava flores no túmulo de um parente quando vê outro colocando um prato de arroz na sepultura ao lado. Ele vira-se e pergunta: 


- Desculpe, mas o senhor acha mesmo que o seu defunto virá comer o arroz? 


- Sim, geralmente na mesma hora que o seu vem cheirar as flores! - respondeu o outro.”


Nota: A publicação de hoje foi possível com a colaboração do meu amigo Orlando, que me enviou este texto que circula na internet.