domingo, 26 de fevereiro de 2012

PESSOAS CETÁCEAS


Pessoa é um ser dotado de auto-consciência, autonomia moral e sociabilidade. Pessoa pode ser um ser não-humano (animal, extra-terrestre ou máquina) dotado de moral e sentido de responsabilidade. Um ser com direitos e obrigações.

“Os golfinhos merecem ser tratados como "pessoas" não-humanas, cujos direitos à vida e à liberdade devem ser respeitados, é o que foi dito por cientistas em reunião no Canadá.

Um pequeno grupo de especialistas em filosofia, conservação e comportamento dos golfinhos angariam apoios para uma "Declaração de Direitos dos Cetáceos".

Eles acreditam que os golfinhos - e as suas primas baleias - são suficientemente inteligentes e auto-conscientes para justificar as mesmas considerações éticas dadas aos seres humanos.

Reconhecendo os direitos dos cetáceos significaria o fim da caça às baleias e os cativeiros de golfinhos e baleias, ou a sua utilização como entretenimento.

O movimento é baseado em

anos de pesquisa e tem demonstrado que golfinhos e baleias têm grandes cérebros complexos e um nível semelhante à humana de auto-consciência.

Isto levou os especialistas a concluir que, embora não-humanos, golfinhos e baleias são "pessoas" num sentido filosófico. Isso tem implicações de longo alcance.” in http://abaldwin360.tumblr.com/post/18025105654/dolphins-are-people-say-scientists



Entretanto na vetusta e civilizada Europa a barbárie ainda persiste em nome da tradição.

O abominável massacre de baleias-piloto é um costume anual das Ilhas Feroe que, embora façam parte da Coroa Dinamarquesa, possuem enorme autonomia legislativa, pelo que nem a Dinamarca nem a União Europeia têm autoridade para pôr termo à infame chacina.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

LINDEMBERG

Um rapaz de 22 anos condenou-se a si próprio à privação de liberdade ao ter morto a sua namorada de 15 anos, por não aceitar que ela tivesse terminado o namoro. Agora ele tem 25 anos e ouviu a sentença de 98 anos de reclusão.

Todos condenámos o Lindemberg ao cárcere. Um caso perfeitamente evitável se houvesse uma verdadeira educação de base, que ensinasse aos nossos jovens que uma paixão por alguém não é tudo na vida. Assim se perderam duas vidas: a da vítima e a do assassino.

Numa sociedade machista, com altos níveis de iliteracia e com forçados padrões dogmáticos de comportamento competitivo e prepotente, tais casos são, infelizmente, demasiado comuns. Abusos sobre outrem, perpetrados tanto por adultos como por jovens, são o reflexo duma sociedade mal-estruturada; porque assente numa base de preconceitos que não levam em conta o respeito da dignidade e liberdade de cada um.

Lindemberg cometeu um crime vil, hediondo, que todos assistiram em directo, no voyeurismo carnavalesco dos média que incitam e alimentam a avidez do público pelo escândalo e o excesso. Foi um festival de degradação e horrores que todos quiseram desfrutar, em directo, no conforto dos seus sofás; tanto durante o julgamento do assassino, como, o haviam feito antes, durante a tortura do cárcere da vítima e sua consequente execução.

Eloá morreu aos 15 anos numa patética demonstração de irresponsabilidade, de todos os envolvidos no seu longo e fatídico sequestro. Tanto do seu estouvado assassino (embriagado pelo sucesso da parafernália mediática e policial, montada ao seu redor) como dos agentes negociadores que tão atabalhoadamente conduziram o processo de redenção; tendo chegado mesmo a pôr em risco a vida duma refém anteriormente já libertada.

O espectáculo da popularidade agravou a pena. Tanto pelo desatino que provocou no jovem (vangloriado pela exposição e mobilização mediática) aquando do desastroso evento que culminou no crime, quanto pelo cariz de oportunidade dos julgadores de tornarem o caso exemplar pela exposição.

Um jovem inexperiente e desorientado (além de mal aconselhado) foi sentenciado com penas máximas, quando as prisões estão cheias e outras vezes não (quando se trata de criminosos oriundos de classe alta e com avultados meios financeiros para se esquivar das garras da lei), de casos muito mais pérfidos e cujos praticantes receberam punições mais brandas.

E ainda há quem acredite que a justiça é cega?

Lindemberg Alves, de 25 anos, foi condenado a 98 anos e 10 meses de prisão, pela morte da ex-namorada de 15 anos, entre outros crimes decorridos na mesma circunstância; um episódio de má memória quando ele tinha 22 anos.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

CARNAVAL?!


Enfim, estamos de novo no carnaval. E como sempre, nos desfiles das escolas de samba, vamos presenciar o costumeiro cortejo de mulheres nuas. Sim nuas! Àqueles acessórios ínfimos, que mais revelam do que escondem, não se pode chamar roupa.

Estou farto!!!
Farto de ver gajas nuas sem o devido contraponto de nudez masculina! É que, para os que não notaram ainda, eu prefiro deliciar-me com a observação deles; dos gajos. E não sou o ÚNICO!

Afinal onde está a igualdade de direitos? E a emancipação?
Ou há moralidade ou comem todos!

Como sei que não seria difícil, muito menos impossível, encontrar uns machos esculturais dispostos a exibir os seus acessórios musculares e demais maravilhas viris, para toda uma plateia inflamada apreciar e desejar, deixo aqui umas ideias de como poderiam ser alguns dos destaques nos desfiles das escolas de samba. Poderiam ombrear com as já numerosas presenças femininas, sem demérito para nenhuma das partes.






DIVIRTAM-SE!!!


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

HÉLADE


Porque choras, soldado... irmão?
Pela partida dos Deuses traídos?
Pela memória longínqua dos teus sábios ancestrais?
Pelo pó levantado na voracidade daqueles que escavam a dignidade da tua herança ancestral?
Reduzida à ruína duma grotesca caricatura
A lembrança duma Democracia que nunca foi de todos.
Que vazio tenebroso os teus olhos não enxergam à distância, mas adivinham?
O fim da glória duma civilização que se pretendeu exemplar
Mas que se afunda na infâmia da vilania sem regras ou pudor.
Que ânsia e que esperança restam no teu olhar fito no Além?
Que Luz é essa que a tua juventude órfã anuncia?
A Eterna Beleza que os Deuses inspiram e aos mortais apenas resta acalentar.


Poema possível ao Requiem duma Hélade prostrada e humilhada.

A música é uma canção tradicional grega arranjada por Vangelis e cantada por Irene Papas. Fala da bravura de quarenta gregos que enfrentaram os invasores otomanos e recuperaram uma das suas cidades.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

RAGE IN EDEN


Com vários discos eu poderia compor a banda sonora da minha vida. Um deles é Rage in Eden dos Ultravox.
Editado em 1981 é o quinto álbum da banda e o segundo com a liderança de Midge Ure. De todos os discos da banda este é o que mais encarna e materializa a estética do grupo, tanto pelo conteúdo musical, como pelo visual da capa do LP: dum modernismo clássico que assumia, orgulhosamente, todo o helenismo da tradição cultural europeia.
The Voice (tema de abertura de Rage in Eden) foi a canção que me apresentou os Ultravox. Amor à primeira audição!
O rítmo sincopado e ligeiro, em continuum, no qual se sustentavam os sintetizadores planantes, por cima dos quais se elevava a voz de Midge Ure, acolitado por um coro quase litúrgico e terrenamente celestial, logo me cativaram, pois eram tudo aquilo que eu podia desejar reunido numa canção só.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

RESPIRO


Os Blasted Mechanism são um conjunto musical português na área do Rock mas com características muito próprias e universalistas.
O vídeo aqui apresentado é uma coreografia feita sobre um tema musical dos Blasted Mechanism.
Coreografia: Sylvia Rijmer
Dançarinos: Sylvia Rijmer, Teresa Alves da Silva, Danilo Mazzotta
Direcção: Valdjiu
Fotografia: Rui Afonso
Produção: Natália Alves
Filmagem: Rato, Rui Afonso, Pedro Martins

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

DESCENTRALIZAÇÃO


No passado mês de Dezembro apresentei aqui o meu desalento por ter sido rejeitado o projecto de criação do estado de Tapajós. Acredito que a democracia deve ser um contínuo processo de descentralização de poder, para que ele cada vez esteja mais no domínio dos verdadeiros interessados: os cidadãos. Daí ter entendido a rejeição da divisão do estado do Pará como um retrocesso democrático e uma prevalência do espírito imperialista que ainda domina tanto a política como a sociedade brasileira.

No presente eu moro no Brasil, no estado de Pernambuco, na cidade de Recife. E é partindo da observação dos processos de gestão local, que essa minha realidade me permite, que elaboro esta minha reflexão.

Uma sociedade democrática não pode ser centralizadora. Centralização de poder é sintoma de imperialismo. Não basta apenas derrubar as monarquias e promover eleições republicanas para se afirmar que se vive em países democráticos. É necessário rever todo o sistema administrativo duma nação para se poder falar em democracia e verdadeira participação do povo no seu próprio destino.

Não é centralizando o poder em capitais distantes, ou mesmo próximas, que se consegue uma melhor gestão social e territorial, ou se combate a corrupção. É necessária uma revolução administrativa. Essa revolução tem de conduzir até à descentralização administrativa dos poderes municipais. Criar órgãos políticos junto às populações, bairro a bairro: o chamado poder local. Quanto mais próximas e envolvidas as pessoas estiverem dos decisores políticos, maior o controlo que elas têm sobre todos os processos de gestão que lhes digam respeito, assim como sobre algum possível caso de corrupção. Sendo que, a eleição desses cargos deve ser popular e local, não por nomeação superior.

Vivemos numa época de quebra de dogmas. O paternalismo do poder centralizador é um modelo obsoleto e que já provou ser ineficaz para a satisfação dos direitos de todos. Temos de aprender novos modos de fazer e estar. Temos de assumir a direcção do nosso destino. Temos todos o direito de participar da orientação do rumo das nossas vidas e das condições do nosso quotidiano.



quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

IEMANJÁ


2 de Fevereiro, dia dedicado às festividades de louvor a Iemanjá, Rainha do Mar.

O vídeo é de "Senhora do Mar" por Vânia Fernandes.