sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

O MEU LUGAR

Eu não pertenço aqui!

Não é meu um mundo em que os pais instruem e acicatam os filhos, ainda crianças, para se matarem por um fanático ideal pseudo-religioso.

Não é meu um mundo onde uns ostentam uma obscena riqueza, indiferentes à fome que mina a vida dos seus vizinhos.

Não é meu um mundo em que se age indiferente às consequências dos seus actos, apenas porque cada um se acha senhor da razão.

Não é meu um mundo em que os mais carecidos são olhados com indiferença e desprezo, sendo tidos como empecilho para o resto da sociedade.

Não é meu um mundo em que todos preguiçosamente esperam que o Estado faça tudo, mas depois pretendem limitar a acção do Estado.

Não é meu um mundo em que todos tentam ludibriar a lei, mas exigem que os outros sejam punidos por não cumprirem a lei.

Não é meu um mundo onde os valores materiais estejam acima da ética. E onde todos se escravizem para sustentar um consumismo doentio e irracional.

Não é meu um mundo onde uma moral duvidosa esteja acima da felicidade do indivíduo.

O meu mundo é outro.

O meu mundo não tem fronteiras, nem limites.

O meu mundo não tem proibições, nem abusos.

O meu mundo não tem os uns e os outros.

O meu mundo tem Amor e Bonomia.

O meu mundo não tem forma neste mundo. Ele fica Além...

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

VENDO TV: OBAMA

Foi uma longa maratona televisiva, que eu fiz questão de acompanhar o mais integralmente possível, pois não é todos os dias que podemos testemunhar directamente um momento relevante da História da Humanidade; a Tomada de Posse do 44º Presidente dos Estados Unidos da América. E gostei! 

Gostei do que vi; a adesão completa duma população heterogénea e disposta a participar na construção da História duma Nação. Gostei do discurso dum homem com ideias claras e abrangentes sobre a realidade humana actual e a nossa responsabilidade perante o nosso destino e do planeta em que vivemos.

Foram horas de emissão em directo, intervenções de jornalistas, posicionados localmente e de comentadores em estúdio, além dos inúmeros replays até à saturação. A tudo procurei dar a minha melhor atenção. E no final o que me ficou registado mais indelevelmente foi uma questão desafiadora posta por Ricardo Costa: "Será que em algum país da Europa algum negro conseguiria ser eleito Presidente da República?"

Sorri, com algum cinismo, sabendo bem a resposta. "Não!" A civilizada Europa, a modelar Europa, a vetusta Europa, a historicamente centralizada Europa não está à altura de tal desafio. A Europa ainda vive atafulhada nos obscuros pergaminhos da sua auto-bajuladora História. E dessa, muito mal contada e transfigurada, História ainda subsiste a sua mal-disfarçada xenofobia e o seu dissimulado racismo.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

BLOOD ON THE ROOFTOPS

"The Arabs and the Jews boy (too much for me)
They get me confused boy (puts me off to sleep)"
Blood on the Rooftpos, Steve Hackett/Genesis em 1976.

Passados 32 anos ainda a letra desta canção, infelizmente, mantém a mesma actualidade. 
Quantas décadas ainda lamentaremos o infame conflito israelo-palestiniano?

Quantas décadas ainda nos confrontaremos com infames imagens de crianças-soldado nas guerras tribais africanas?

Quantas décadas ainda assistiremos ao infame caos social e humano imposto pelos senhores da guerra na Somália?

Quantas décadas ainda durará essa infame guerra infamemente ignorada pelos media no Sri Lanka? A guerra que, entre todas as actuais, à mais tempo decorre, com tantas vítimas inocentes no fogo cruzado e nos atentados terroristas, de que ninguém fala pois não interfere nos preços do petróleo e não põe em causa a segurança, infamemente cobarde, do civilizado mundo ocidental.

Quantas décadas ainda assistiremos à infame profliferação das infames favelas e ao infame modus vivendus a elas associado, nas grandes metrópoles de toda a América Latina?

Quantas décadas ainda viveremos sob o infame terror dos infames atentados terroristas de fanáticos que se arrogam agir em nome duma qualquer religião ou dogma, para atingir seus fins assassínos e odientos?

Quantas décadas ainda teremos de assistir à infame supremacia da estupidez e ignorância ostensiva em nome de tradições e culturas cristalizadas em milénios de imobilismo?

Quantas décadas ainda de estupidez? 
Quantas décadas ainda de estupidez?? 
Quantas décadas ainda de estupidez???

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

UM PRÉMIO

É sempre com um agrado narcisista que recebemos um reflexo pelo que fazemos. Seja através dum comentário, uma saudação, ou uma crítica. É acima de tudo o reconhecimento pelo esforço da nossa vontade de intervir. 
Desta vez veio através da forma dum Prémio, por indicação dum companheiro de jornadas virtuais.
Obrigado Sítio Peludo  pela distinção, que espero continuar a merecer através da dedicação e qualidade que imprimo no que faço e produzo.

Ora, como nestes casos temos que nomear 15 outros blogs para receber igual distinção, irei em seguida nomear alguns que, de entre os indicados na lista de sugestões no meu blog central, destaco pelas razões que referirei.

ManDrag, de Lokmar; pelos conteúdos e pelo cuidado em manter um nível de boa qualidade.

LokFeyl; pela qualidade dos meus poemas, que são autobiográficos.

Sítio Peludo; não é por retribuição que atribuo esta nomeação mas sim pela qualidade dos trabalhos apresentados e pela bonomia que inspira.

Justo e Digno; pela alegria de viver que transmite e pela qualidade da escrita.

Intemporal; pelo cuidado na qualidade estética e de conteúdos, assim como pelo esforço e dedicação a atingir esses mesmos parâmetros.

O Silêncio Culpado; pela oportunidade de conteúdos e pela clareza com que apresenta esses mesmos conteúdos em óptimos textos, bem elaborados.

Sem Bolso; pela coragem e frontalidade, assim como pela qualidade narrativa.

Do you Believe in Angels?; pelo bom gosto estético e de conteúdos.

All Night Long; pela diversidade de conteúdos oportunos e claramente apresentados. E viva o Sporting!!!

Não apresento as 15 nomeações indicadas em tais casos (além de publicitar outros blogs meus nas nomeações que fiz) pois não sou um frequentador assíduo da blogosfera e sou muito exigente nas apreciações.

Poderão alguns amigos que me conhecem melhor, estranhar a minha adesão a este tipo de actividades blogueiras, mas se o fiz foi por ser neste espaço, que dedico a uma temática livre e dispersa. Foi também pela simpatia e amizade internética cúmplice do Jota. Bem-hajas!

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

AS PEDRAS E AS VOZES

Podem começar já procurando e escolhendo as pedras para me atirarem.

Sou pacifista; fui objector por consciência ao serviço militar quando tal estatuto apenas era reconhecido às Testemunhas de Jeová, que eu não era; não sou anti-semita, nem apoio muitas das políticas segregacionistas de Israel; li o Corão e tenho o maior respeito pela cultura muçulmana, que sei distinguir dos radicalismos fanáticos e de outras deturpações aberrantes.

A actual situação de guerra em Gaza é na verdade lastimável e preocupante. Na verdade parece haver uma desproporção de forças na diferença do número e qualidade das vítimas em ambas as partes. Mas enquanto uns fazem guerra com militares, outros se utilizam da população civil como escudo, atirando para a morte o povo que dizem defender.

O Hamas não quer nem nunca quis defender o povo palestiniano! Como qualquer organização terrorista o Hamas apenas pretende atingir os seus objectivos a qualquer preço.

Vejo nos noticiários todo mundo vir manifestar-se contra a tentativa de Israel de desarmar esse bando de assassinos. Mas onde estavam esse manifestantes pacifistas quando terroristas lançavam mísseis sobre as cidades israelitas a partir dos territórios da Faixa de Gaza e do Sul do Líbano, em completo desrespeito pelos acordos de paz? Porque não se manifestam eles também sempre que fanáticos suicidas se fazem explodir nos centros urbanos das cidades israelitas, matando vítimas inocentes?

Sejamos coerentes e pensemos com as nossas próprias cabeças. Deixemos de ir correndo atrás da carneirada e de rabos de palha.

Não minimizo o valor das vidas humanas que se perdem entre a população civil palestiniana, nem sou indiferente à sua dor e sofrimento, mas não aceito a acusação de total responsabilidade dessa funesta situação à intervenção militar israelita. 
É bem fácil de perceber que o Hamas tem todo o interesse em que a intervenção militar israelita faça o maior número de vítimas civis entre o povo palestiniano. Apenas uma questão de propaganda, com o intuito cínico de ganhar adeptos entre a opinião mundial. Não fosse assim e eles não iriam instalar seus paióis e infra-estruturas em escolas, mesquitas e demais equipamentos urbanos civis. Para confirmar isso basta ver a ausência de apoio das vizinhas nações árabes ao Hamas. Eles têm apoio sim, mas vem de mais longe, de quem comunga do mesmo tipo de ideologias sanguinariamente radicais.

Terroristas não têm escrúpulos!