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quinta-feira, 27 de outubro de 2016

STATUS QUO

O estatuto do índio no Brasil em nada mudou durante toda a história brasileira; continuam párias na sua própria terra.


Nota: imagem recolhida na internet através o Google.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

PORTUGAL E MODERNIDADE



Numa Europa feudal, Portugal inventa-se como a primeira nação europeia com identidade cultural e nacional próprias, e fronteiras definidas. Sim, Portugal é o país da Europa com fronteiras definidas à mais tempo. Eu diria até, a nação europeia mais antiga.

Pela mão firme e engenhosa do jovem conde D. Afonso Henriques (D. Afonso I de Portugal) é estabelecido um novo reino em que se antevê já uma modernidade administrativa conducente ao fim do feudalismo. D. Afonso não aceita submeter-se à tradição de vassalagem sobre a qual era construído o feudalismo e no seu levantamento contra o rei de Leão e Castela é apoiado pela burguesia do Condado Portucalense, futuro Reino de Portugal.

A burguesia portuguesa acompanha D. Afonso Henriques na sua confrontação ao sistema feudal vigente, permanecendo ao seu lado nas suas pretensões de centralização do poder territorial nas mãos do rei. Assim, desde o seu início e ao longo da história portuguesa, o envolvimento da burguesia revela-se determinante na delineação dos rumos do país.
Numa Europa rural (pois o feudalismo assenta nos direitos da posse da terra) Portugal afirma-se como uma emergente potencia mercantil, o que induz à sua vocação de expansionismo ultramarino.

A burguesia apresenta-se ao lado de D. Afonso Henriques, apoiando-o nas disputas que este manteve com os seus vizinhos e rivais na consolidação da independência nacional. A burguesia esteve ao lado do Mestre de Avis no levantamento pela autonomia portuguesa contra os interesses castelhanos. A burguesia acompanhou o projecto de expansão mercantil além-mar e, de novo, se levantou contra os interesses de Espanha, quando D. João de Bragança liderou a Restauração. Também foi a burguesia que fortaleceu o movimento constitucionalista, que de novo poria Portugal entre as nações da modernidade.

Foi junto da burguesia que o visionário e modernista Marquês de Pombal encontrou apoio e terreno fértil para as suas ideias e medidas de modernização económica, duma nação decadente e estagnada num comodismo confrangedor.

A despeito da arrogância da inapta fidalguia portuguesa, a burguesia lusa sempre esteve envolvida nos avanços significativos da nação, rebocando o país para uma modernidade contemporizadora.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

NÃO É



Quando vi esta foto lembrei do bairro de Boa Viagem, no Recife. Mas nem as montanhas ao fundo são Olinda, nem a avenida de Boa Viagem é tão sinuosa, muito menos há embarcações nas praia de Boa Viagem. Apenas os arranha-céus lembram alguma semelhança.

Recife é uma cidade que nasceu dum porto marítimo mas vive de costas para o mar. Ela não teve origem no estabelecimento de nenhum pequeno núcleo humano pesqueiro, que depois se tenha desenvolvido. A cidade formou-se a partir do porto que a vizinha Olinda precisava para escoar o açúcar produzido nas plantações do interior, assim como da necessidade de importação de bens para satisfação duma classe de proprietários e produtores cada vez mais abastada e sequiosa de luxos.

Embora o porto do Recife fique junto ao centro histórico da cidade, desse mesmo centro não se consegue avistar nenhum navio. A arquitectura da cidade barra o acesso ao mar. Só no passado as grandes casas de famílias abastadas, da periferia rural, eram voltadas para os rios e afluentes, por estes serem usados como vias de acesso. Mas com a expansão urbana e a introdução de vias de comunicação e transporte terrestres esse vínculo perdeu-se e foi ignorado.

A cidade vive de costas para o mar que a bordeja. Para os recifenses, o mar serve apenas para ir chapinhar em veraneios balneares. Esta indiferença nota-se até na gastronomia, onde predominam os pratos de carne e de tradição rural sendo o peixe quase completamente ausente. 

Mas como toda a regra tem uma excepção, salva-se o bairro de Brasília Teimosa. A população que obstinadamente o fundou, viu no mar um recurso de subsistência. Aí situam-se restaurantes para quem seja amante dos produtos do mar: peixes e mariscos.

Pela observação do estilo de vida e tradições da população recifense  digo que Recife não é uma cidade marítima, mas sim uma cidade de interior implantada na orla litoral.



Nota: Não me perguntem que cidade é a da foto ao cimo, pois não sei. Apanhei a imagem na internet e serve bem os meus propósitos. A de baixo sim, é Recife.

Recife

quinta-feira, 17 de maio de 2012

HISTÓRIA PRO CARA...



A tarde estava quente e o sol reinava alto e estourava de calor. As ruas da cidade velha estavam desertas. Abandonados e trocados, por caixotes habitacionais incaracterísticos na periferia, os edifícios do centro histórico esperavam a misericórdia duma politica de revitalização urbana que os trouxesse à vida. E assim, entre fantasmas históricos de alvenaria, prosseguíamos rumo ao nosso destino.

Falhei na escolha do percurso, pelo que tivemos que atalhar caminho por uma transversal, igualmente deserta. À excepção dum vulto deitado na beira da estrada, na sombra dum prédio. Era um homem não-velho, embora gasto e carcomido pelo tempo, como todos os que não têm tecto e subsistem pelas ruas, imundos e assustadores. Jazia semi-nu e adormecido. A única coisa que vestia eram uns calções de ganga desabotoados e de onde se expunha o pénis que ele segurava com uma das mãos.

Passámos. Perplexo e divertido, perguntei ao meu companheiro: - Viste?

E assim se manda a História para o cara...!

terça-feira, 28 de junho de 2011

ONTEM, HOJE E...

O apetrecho que todos esses senhores da imagem ostentam é uma régua de cálculo. Um instrumento utilizado para realizar múltiplos cálculos matemáticos desde o século XVII (foi inventado por um padre em 1638) até à década de 1970, quando as calculadoras electrónicas começaram a ser popularizadas.

A régua de cálculo possibilitava resultados aproximados, mas nesse tempo tudo era mais fiável; as calculadoras electrónicas apresentam cálculos exactos, mas agora tudo é suspeito, nem na própria sombra podemos confiar.

Eu cheguei a ter uma, num estojo de couro. Era instrumento de aquisição obrigatória para as aulas de matemática no ensino secundário. Guardei-a sempre como um tesouro do passado, até que a minha vida deu o maior trambolhão de todos que passei e já nem sei que destino levou, juntamente com todo o meu espólio de memórias materiais.

Quem chegou a trabalhar com uma régua de cálculo, pelo menos na escola? Deixem a vossa resposta nos comentários e depois voltemos para verificar quantos de nós tivemos contacto com este testemunho do passado.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

VENDO TV: OBAMA

Foi uma longa maratona televisiva, que eu fiz questão de acompanhar o mais integralmente possível, pois não é todos os dias que podemos testemunhar directamente um momento relevante da História da Humanidade; a Tomada de Posse do 44º Presidente dos Estados Unidos da América. E gostei! 

Gostei do que vi; a adesão completa duma população heterogénea e disposta a participar na construção da História duma Nação. Gostei do discurso dum homem com ideias claras e abrangentes sobre a realidade humana actual e a nossa responsabilidade perante o nosso destino e do planeta em que vivemos.

Foram horas de emissão em directo, intervenções de jornalistas, posicionados localmente e de comentadores em estúdio, além dos inúmeros replays até à saturação. A tudo procurei dar a minha melhor atenção. E no final o que me ficou registado mais indelevelmente foi uma questão desafiadora posta por Ricardo Costa: "Será que em algum país da Europa algum negro conseguiria ser eleito Presidente da República?"

Sorri, com algum cinismo, sabendo bem a resposta. "Não!" A civilizada Europa, a modelar Europa, a vetusta Europa, a historicamente centralizada Europa não está à altura de tal desafio. A Europa ainda vive atafulhada nos obscuros pergaminhos da sua auto-bajuladora História. E dessa, muito mal contada e transfigurada, História ainda subsiste a sua mal-disfarçada xenofobia e o seu dissimulado racismo.