quarta-feira, 31 de agosto de 2011

ÓRGÃO

A D. Beatriz, senhora de 80 anos, solteira, organista numa igreja,
é admirada por todos pela sua simpatia e doçura.
Uma tarde, convidou o novo padre da igreja para ir lanchar a sua casa e ele
ficou sentado no sofá, enquanto ela foi preparar um chá.
Olhando para cima do órgão, o jovem padre reparou numa jarra de vidro com
 água e, lá dentro, boiava um preservativo.
Quando a D. Beatriz voltou com o chá e as torradas, o padre não resistiu
 e perguntou-lhe o porquê de tão bizarra decoração em cima do órgão.
E responde ela apontando para a jarra: "Ah! refere-se a isto?
 Maravilhoso, não é? Há uns meses atrás, ia eu a passear pelo parque,
quando encontrei um pacotinho no chão. As indicações diziam para
colocar no órgão, manter húmido e que, assim, ficava prevenida contra
todas as doenças. E sabe uma coisa? Este Inverno ainda não me constipei".

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A NAU CATRINETA ou será E LA NAVE VA

A estampa vislumbrada algures no interstício de idílios sôfregos não faz jus ao suspeito incógnito de devaneios loquazes.

Nota: link para o dicionário online Dicionário Priberam da Língua Portuguesa

sábado, 27 de agosto de 2011

À BEIRA DO ABISMO


17 anos, vogava pela vida esperando um rumo. Sempre assim fora e parece continuar a ser. Afinal o modo como nos posicionamos na vida espelha o nosso caracter. E esperar, ter fé, faz parte do meu caracter religioso, embora abomine o sectarismo dogmático do exclusivismo das religiões.

Tinham-me oferecido uma aparelhagem de som, que estava na sala de estar. Era chegada a hora de transmitirem o programa que passava Rock progressivo e o meu pai permanecia na sala lendo o jornal. Nervosamente e como ele não saísse de lá, avancei e anunciei-lhe respeitosa, mas timidamente, que iria escutar o programa. Ele assentiu e continuou lendo o jornal. Liguei a aparelhagem e sentei-me. Com as indecisões havia acabado por me atrasar e a música já soava... Mas que era aquilo??? Um som sincopado, harmonias irisadas, vocais desdobrados em coros que serviam de leque emplumado a uma voz solo aguda, andrógina, mas decididamente com proveniência masculina, solos, de guitarra e teclados, explodindo em corredeiras assimétricas por escalas fantásticas... a meio uma longa bridge de calmaria, que lembrava brisas entorpecentes subindo das profundezas duma alma cósmica, para logo tudo regressar numa correria liderada por um possante órgão egrégio, terminando num refrescante chilreio de aves paradisíacas num jardim refrescado com o som de cascatas cristalinas (depois vim a saber que afinal era como abria, também).
A composição musical fora extensa e o programa logo terminou sem que o apresentador tivesse anunciado o título da canção. Desliguei o rádio e voltei atordoado para o meu quarto, intrigado por saber quem seriam os executantes de tal maravilha sonora. Eu ainda me iniciava no mundo do Rock sinfónico, como gostávamos de lhe chamar, pelo que me era difícil ainda reconhecer padrões. Mas sabia que voltaria a escutar a mesma música e então ficaria a saber quem era o autor.

E assim foi. O grupo musical dava pelo nome de Yes e o tema que tanto me maravilhara e ainda me maravilha, "Close To The Edge".


Podem assistir no vídeo a uma interpretação ao vivo deste antológico tema desse Grande agrupamento/projecto musical que dá pelo nome de YES. (Dura cerca de 18 minutos, mas como é fim de semana...) Os músicos: Alan White, bateria; Steve Howie, guitarra; Chris Squire, baixo; Jon Anderson, voz; e o iridescente Rick Wakeman nos teclados.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

COMER E VESTIR

"You are what you eat,
Eat well!
You are what you wear,
Wear well!"

Nós somos o que fazemos e não o que opinamos.
As nossas atitudes definem mais a nossa pessoa que o que pensamos sobre as coisas ou as opiniões que emitimos. O que vestimos define a nossa imagem, assim como o que comemos e o modo como o fazemos, corresponde à nossa atitude perante a vida.

Tudo está ligado. Nós somos energia.
A energia que imprimimos, em nós e ao nosso redor, define o tipo de energia que recebemos de volta. As emoções são energia. Elas são inspiradoras e resultado de outras emoções que irão ajudar a definir opiniões, pois aquilo que pensamos também se modela pelo que sentimos.

Nota: O vídeo é apenas em áudio, duma canção dos Genesis da qual extraí os versos que sublinham a foto.

domingo, 21 de agosto de 2011

DE BOAS VONTADES...

Recebi por email um texto que supostamente seria uma carta enviada por Abraham Lincoln ao professor do seu filho. Não me foi possível confirmar a autenticidade da autoria atribuída, mas de modo nenhum isso desvirtua ou enaltece o conteúdo do texto, que por o julgar interessante como mote de reflexão aqui o compartilho convosco.

"Caro professor, ele terá de aprender que nem todos os homens são justos, nem todos são verdadeiros, mas por favor diga-lhe que, para cada vilão há um herói, que para cada egoísta, há também um líder dedicado, ensine-lhe por favor que para cada inimigo haverá também um amigo, ensine-lhe que mais vale uma moeda ganha que uma moeda encontrada, ensine-o a perder, mas também a saber gozar da vitória, afaste-o da inveja e dê-lhe a conhecer a alegria profunda do sorriso silencioso, faça-o maravilhar-se com os livros, mas deixe-o também perder-se com os pássaros no céu, as flores no campo, os montes e os vales. Nas brincadeiras com os amigos, explique-lhe que a derrota honrosa vale mais que a vitória vergonhosa, ensine-o a acreditar em si, mesmo se sozinho contra todos. Ensine-o a ser gentil com os gentis e duro com os duros, ensine-o a nunca entrar no comboio simplesmente porque os outros também entraram. Ensine-o a ouvir todos, mas, na hora da verdade, a decidir sozinho, ensine-o a rir quando estiver triste e explique-lhe que por vezes os homens também choram. Ensine-o a ignorar as multidões que reclamam sangue e a lutar só contra todos, se ele achar que tem razão. Trate-o bem, mas não o mime, pois só o teste do fogo faz o verdadeiro aço, deixe-o ter a coragem de ser impaciente e a paciência de ser corajoso. Transmita-lhe uma fé sublime no Criador e fé também em si, pois só assim poderá ter fé nos homens. Eu sei que estou pedindo muito, mas veja o que pode fazer, caro professor."

Se não estiverem com pachorra para ler o texto, podem assistir o vídeo de Midge Ure, "Breathe":

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

CARRINHOS COMO CARINHOS

A minha mãe não era uma mulher muito expressiva em termos de afectividade. Também não era reservada. Mas não assumia aquela postura melada de beijos e carícias, tão típicas do ideal formado da mãe convencional. Era uma mulher e mãe, recta e branda, com uma atitude muito informal e alguma irreverência. Era uma pessoa junto da qual nos sentíamos à vontade e sem necessidade de recorrer a ritos hipócritas de falsos convencionalismos sociais.
Embora fosse uma mãe muito parca em afagos e carinhos físicos, não deixava de ser atenta a todos os momentos do crescimento e educação dos filhos e em momento nenhum era fria e distante. Sem pieguices, ela cuidava de tudo com presteza e zelo.
Com firmeza, mas sem rigidez, ela geria a prestação dos filhos na escola, esperando de nós bons resultados, sem no entanto exigir de nós uma excelência de génios. Sabia festejar uma boa nota e admoestar perante um resultado mais fraco.
Como desde cedo me revelei um aluno satisfatório e por vezes com resultados acima da média, ela negociou comigo um inteligente sistema de estímulo, recompensando as minhas boas prestações, satisfazendo uma das minhas paixões infantis: os carrinhos da Matchbox. Assim estabeleceu uma tabela de retribuição, sob a qual ela premiaria, ou penalizaria, os meus desempenhos escolares.
A classificação das provas escolares era feita pelos professores segundo uma tabela de: Mau, Medíocre, Suficiente, Bom e Muito Bom. Por um Suficiente eu receberia um carrinho; por um Bom dois carrinhos, por um Muito Bom seriam três, mas se a nota fosse negativa de Medíocre eu ficaria em débito de um carrinho que seria descontado no próximo resultado de positiva (ficaria assim na incumbência de tirar um Suficiente para pagar o mau resultado do Medíocre, ou então teria de tirar um Bom para pagar o carrinho do mau resultado e poder ganhar um carrinho). Um Mau era um resultado impensável.
E sempre este esquema funcionou, enquanto vivi em casa dos meus pais até aos meus 10 anos, o que me levou a juntar uma excelente colecção de carrinhos Matchbox, que conservei religiosamente até à minha maioridade.

Confesso que nunca fui entusiasta da escola, mas a perspectiva de conseguir uma óptima colecção de carrinhos, era suficiente para estimular o meu zelo e dar o meu melhor, sem grande esforço. Os carrinhos Matchbox eram os carinhos que guardava da minha mãe. Afinal numa família de signos de Terra (quatro virginianos e um capricorniano) os afectos eram algo que quase se poderiam modelar em pedra e barro; nada de pieguices lamechas carregadas de beijoroquices, afagos sufocantes e demais lambuzices.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

HALLELUJAH


Eu, tal como milhões de portugueses, sou descendente de judeus e muçulmanos, brutalmente convertidos ao cristianismo (único modo de evitarem a condenação às fogueiras da Inquisição) por uma cláusula do contracto de casamento de D. Manuel I com D.ª Isabel de Aragão. Esta cláusula foi imposta pelos pios Reis Católicos de Espanha (Isabel I de Castela e Fernando II de Aragão), na sequência da genocida perseguição que vinham movendo nos seus territórios aos judeus e muçulmanos.
Presto aqui o meu preito a esses milhares de infelizes que se viram privados de tudo em nome do fanatismo religioso.
Sou assim um descendente de cristãos-novos.

Em nome da minha ancestralidade judaica...

domingo, 14 de agosto de 2011

LARGO DO ROMPANA

Chafariz do Largo Rompana, Barreiro

Esta manhã acordei e fui parar ao Largo Rompana, no Barreiro Velho. Não me perguntem como, pois já não me lembro. E de foto em foto descobri um blog (fotografia ao momento donde trouxe a foto do chafariz do Largo Rompana) com muitas do Barreiro, para eu matar saudades.
E não só matar saudades, pois visitei o novo Monumento ao Fuzileiro, na nova rotunda da Verderena, onde fica também o novo hipermercado (mais um para o povo gastar o dinheiro que lhe falta nesta época de crise económica).
Soube também do baptizado do Santiago, que me fez muita confusão com o Santiago, mas acredito não ser o Santiago, porque não soube de nenhum baptizado do Santiago e a ter havido baptizado do Santiago quem seria o fotógrafo seria o Raul e não o Paulo. Mas que o Santiago é muito parecido com o Santiago...
Depois ainda fui dar um grande passeio pelo Barreiro Velho e visitei as ruas que percorria para ir e vir da escola, as casas onde morei e os jardins por onde brinquei.

Monumento ao Fuzileiro, Barreiro

Estive também no pontão da Avenida da Praia, donde uma vez ia caindo nos pedregulhos expostos pela maré-baixa, ao caminhar de costas, observando o aviãozinho de asas rotativas que voava alto ao vento e eu controlava através duma guita de nylon. Quando ao pousar o pé direito não senti chão debaixo do calcanhar, olhei para baixo e apanhei um tremendo susto ao ver os enormes calhaus esperando com as arestas apontadas para mim. Na época ainda o pontão não tinha o pequeno guindaste, com que depois foi aparelhado, pelo que eu não tinha nenhuma referencia do final do cais. Já estava noite e eu completamente sozinho. Nesse momento foi Goroth quem me amparou e pude recuperar o equilíbrio. Recomposto do susto, voltei em silêncio para casa. Nunca ninguém soube desse episódio.

Avião de brinquedo, que voa seguro por uma guita como um papagaio (pipa)

Num impulso de “procura o avião que encontrarás” eis que achei na internet uma foto dum modelo idêntico àquele com que eu brincava no Barreiro em 1969. Hoje estou achando tudo do meu passado na net. Mete medo! Vou parar por aqui.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

DANÇA DA LUA

aqui vimos recentemente um vídeo do Ney Matogrosso, a propósito da comemoração dos seus 70 anos de vida. Na ocasião deixei em reserva uma participação sua com Eugénia Melo e Castro. Para os meus leitores brasileiros será uma perfeita desconhecida, tal como desconhecem a boa música portuguesa. A resposta é sempre a mesma, quando pergunto sobre o que sabem de música portuguesa: "Ah! Roberto Leal!" Nem vou comentar...

À uns anos a Geninha (como Eugénia Melo e Castro era conhecida em Portugal na altura deste lançamento) gravou um dueto com Ney Matogrosso. Poderia ser mais um caso do intercâmbio que os portugueses gostam de manter com o Brasil, não fosse a excelente qualidade do trabalho de ambos os cantores, assim como a originalidade da fascinante semelhança dos seus tons vocais, que resulta num intricando bordado em torno da melodia.
Apreciem!

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

ESCRITA; MEU UNIVERSO

Escrever é mais importante que a nossa própria vida.”*

Eu passo, arrastando atrás o manto macio e aveludado da solidão. Fiel companheira.

Tudo parou! Por vezes a vida deixa de acontecer e o que se passa é uma agonia continuada dum quotidiano insípido e enfadonho de inútil e sem propósito. Uma garfada de arroz, uma xícara de café, um assistir os noticiários com as mesmas crises financeiras, o mesmo desmascarar inconsequente de políticos corruptos, as mesmas guerras absurdas... e a mesma insatisfação de sempre. A mesma frustração, que corrói e mina o ânimo, a vontade.

Demoro muito a entrar, depois fico dentro daquela lógica e tenho muita dificuldade em viver. Tenho muita dificuldade em viver a vida comum enquanto estou a escrever. É viver uma outra coerência, em que as coisas são outras, os personagens são outros, que não admite interrupções, interferências, em que sair e entrar desse mundo não é fácil, é muito doloroso, até. ... Ninguém nos visita. Não há Deus nenhum que nos venha visitar. Não é Apolo, não são ninfas nenhumas, nem seres mágicos. Somos nós! É uma capacidade de concentração, que se tem.”*

Eu queria que tudo parasse! Que o silêncio se fizesse em redor. Que a ausência de mundo fosse a paz necessária. Que o silêncio fosse a folha em branco esperando o nascimento dos caracteres e das ideias ganhando expressão e formando o texto.

Estou convencida que vale a pena trocar tudo para se deixar uma página bem escrita.”*

Nota: Transcrições (*) em itálico são excertos duma entrevista dada por Lídia Jorge a que assisti no blog “As Cores da Vida” (link).

domingo, 7 de agosto de 2011

ALENTEJO


Alentejo.
Terra de paixão, de vida, de poesia.

Monsaraz


O Alentejo é sol, ardor, apelo.


O Alentejo é secura, maciez, harmonia.


O Alentejo é imensidão, aconchego, doçura.

Évora desde a torre da Sé

Oliveiras e chaparros


Janita Salomé; um dos mais genuínos filhos, em toda a dimensão cultural, duma terra de muitas origens e gloriosos passados.

Dedicatória: a todas as minhas amigas e amigos alentejanos ou com sangue alentejano nas veias e na alma.

sábado, 6 de agosto de 2011

SÁBADO

O dia amanheceu com um sol despudorado, do qual até as nuvens fogem e evitam. Uma brisa ameniza e refresca o que se poderia tornar numa jornada de canícula insuportável. Os príncipes de Geda espreguiçaram-se e deambulavam para cá e para lá, saudando com beleza e alegria mais um Sabbatt. (Ou seria a memória deles?)

O Sábado iniciava-se assim tranquilo e aprazível até. As preces no altar serviam para reforçar essa esperança de paz e doce agrado em estar vivo. Ao sair do Templo os pregões e a agitação colorida das barracas, anunciavam a feira com todos os seus atractivos. Os odores a fruta fresca traziam os campos vizinhos para dentro da cidade e a dança colorida dos panos pendurados nos varais convidavam os sentidos e apelavam às bolsas. Dos tachos nos fogos levantavam-se aromas a iguarias cozinhadas no momento, esperando para serem degustadas com prazer e apetite isento de culpa. Bandos de crianças brincavam despreocupadas nas clareiras de terra batida, sob um ou outro olhar descuidado de pais tranquilos.

Eu logo me dirigi até ao relvado junto ao rio e pegando no meu livrinho e lápis, sentei-me à sombra para vos anotar estas linhas.


Memorium: neste dia, em 1945, os Estados Unidos da América bombardeavam a cidade japonesa de Hiroxima com uma bomba atómica provocando milhares de vítimas mortais. Os responsáveis continuam sem julgamento por esse acto de genocídio.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

NÃO DEMOREM PARA VER!

Por vezes só dá mesmo vontade de começar à bofetada! Vamos lá ver quanto tempo levarão esses pulhas sanguessugas da máfia discográfica internacional para retirar o vídeo do Youtube.
Depois do suicídio de Ian Curtis os Joy Division metamorfosearam-se em New Order.
Como diria a Olívia: "Isto já não vai às palmas! Isto agora só às palmadas!"


quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A FESTA DO FOGO

Quando os grandes se juntam até os pequenos crescem.
Jose Feliciano, Carlos Santana e Ricky Martin juntos num momento musical de beleza superior e carregado de muita nostalgia para muitos que viveram os seus anos de juventude ao som destas melodias.
Para todos aqueles e aquelas, que apreciam a boa música acima de catalogações e quaisquer outros preconceitos modistas. E especialmente para mim, que atravessei os inspirados anos 60 e 70 do século XX com uma singularidade épica. Presunção e água benta...

terça-feira, 2 de agosto de 2011

GLOBALIZAÇÃO: SOUVENIRS


O Algarve tem uma deliciosa doçaria tradicional à base de figos, amêndoas, doce de gila, ovos e outras iguarias locais. Mas a entrada precipitada e vesga de ganância, nos mercados globalizados atropela tudo e todos, nomeadamente os pequenos produtores artesanais, que se vêm sufocados por uma pesadíssima regulamentação e uma apertadíssima fiscalização, pensadas segundo padrões de grande produção industrializada.
Vejam (leiam as etiquetas das fotos) o resultado duma globalização insana de ganância e sem escrúpulos.

Figos da Turquia e amêndoas dos States?!... É o que resulta duma integração torpe nos mercados globais e numa regulamentação macrocéfala europeia.

Os governantes portugueses (para quem interessam mais os números das estatísticas das comissões europeias que o bem estar da sua população) ainda não quiseram procurar o equilíbrio entre a excessiva regulamentação e o apoio aos pequenos empresários de raiz tradicional; os verdadeiros artesãos que poderiam manter vivas as verdadeiras tradições gastronómicas.

É necessária uma regulamentação rígida para salvaguardar a higiene e sanidade dos produtos gastronómicos, tanto os de origem industrial como artesanal, mas também que saiba preservar e salvaguardar a sobrevivência comercial dos pequenos produtores. Num sistema económico liderado pela ganância dos mais poderosos será apenas a muito custo político que essa salvaguarda será assegurada.

Nota: o Algarve sempre foi um região conhecida como terra de figueiras e amendoeiras.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

EU SOU "O PORTUGUÊS"

Já faz dois anos que cheguei ao Brasil, aqui a Recife e desde então perdi o meu nome para ser chamado de “O Português”. Mais fácil que fixar um nome é lembrar a condição de estrangeiro e então passei a ser designado por uma qualidade e não pela minha identidade. De tal modo as pessoas se desinteressaram de designar-me pelo meu nome (que até é bem fácil de fixar, por ser dos mais tradicionalmente portugueses e ser epíteto de português no anedotário brasileiro) que agora quando querem chamar-me correctamente não se lembram e já têm vergonha de perguntar. Enfim, não vou comentar, tão pouco referir qual a designação de tal hábito.

E como hoje é o septuagésimo aniversário do Ney Matogrosso...