sexta-feira, 30 de setembro de 2016

FLASHES DE ELEIÇÕES NUM PAÍS EM GUERRA?


Flashes de eleições num pais em guerra?
O reino do caos. Atentados à bomba ou a tiro, contra candidatos eleitorais. Políticos em campanha mortos à bala em surtidas criminosas. Dir-se-ia um pais em guerra. Talvez seja uma nação em guerra consigo própria, com o seu descaso, com o seu comodismo, com a sua indiferença. Pobre povo tolhido nos seus vícios e hábitos descuidados.
No meio da confusão o anúncio da descoberta de doações milionárias a partidos e políticos para as suas campanhas, por parte de desempregados e beneficiários de bolsa família (exactamente os mais pobres e desabonados da sociedade. Alguém está a querer enganar alguém... Ninguém acredita que eles tenham doado tais verbas, mas que malfeitores tenham usado os seus nomes e registos para encobrir doações ilegais.

Assim prossegue o gigante aos tombos e tropeções, na busca dum futuro e dum mundo melhor.

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

UM EM TRÊS


Um em cada três brasileiros responsabiliza as vítimas pelos estupros que sofreram. “Por não se vestirem decentemente”, “por serem provocadoras”, “por não se comportarem e darem ao respeito”,... Sintomático da mentalidade tacanha e machista que imprime a cultura social brasileira ainda em pleno século XXI. Não vamos escamotear tentando argumentar que isso é uma opinião de homens, pois a percentagem de mulheres que também assim pensa é do mesmo modo elevadíssima. É uma questão de educação; aquela que é transmitida pela família, logo pelas próprias mães também, que foram criadas numa cultura machista e, não só aceitam, como reverberam na sua descendência essa tradição perversa e anti-natura. Como país obcecadamente religioso, o povo não faz muito mais que repetir os padrões e conceitos que a religião sempre lhes impôs: sujeição da mulher, estigmatização da mulher, demonização da mulher,...

sábado, 24 de setembro de 2016

CAI, NÃO FICA NADA


Mandado de prisão para Guido Mantega.
“Cai o rei de espadas, cai o rei de ouros, cai o rei de paus, cai não fica nada” são os versos que me ocorrem com todo este suceder de denúncias e acusações. Cai o Dirceu, cai a Dilma, cai o Lula, cai o Mantega e o PT estrebucha para não cair também. A nação atónita assiste ao desfile de revelações como a uma parada surreal de vis trapaceiros. A pandilha estava toda unida no estratagema. Um novelo sem fim e a cada nó desatado mais uma revoada deles caindo na rede. É chocante. Escandaloso. Mas parece que algum povo não se importa muito com isso, pois continua a louvar e santificar essa corja populista e criminosamente demagoga.  Ingenuidade não chega ao ponto de acreditar que governantes ávidos de poder e controladores não soubessem do que se passava ao seu redor sobre estratagemas dos quais eram beneficiários directos. Essa do “não sabia de nada”, “não encontrarão nada em meu nome” só ilude trouxas que gostam de passar por idiotas.

Cá por mim continuo com a canção do Ivan Lins: “Cai o rei de espadas, cai o rei de ouros, cai o rei de paus, cai não fica nada...”

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

DESUMANIZAR


Quando me dizem que a Bayer comprou a Monsanto por 66 mil milhões de USD eu sinto-me indignado com esta industrialização da humanidade. No princípio da revolução industrial, em pleno século XIX, até era engraçado andar em carruagens puxadas por locomotivas a vapor, com as maquinarias facilitando a vida das pessoas, tanto nas deslocações a grandes distâncias como nos modos de produção de bens. Mas agora estamos em plena industrialização da própria humanidade, em que as pessoas são vistas como parte funcional do grande esquema industrial de produção e consumo, com vista à obtenção máxima de lucros para as grandes corporativas e seus accionistas/proprietários. Somos todos peças da grande engrenagem produtiva/consumista. Para trás ficou o propósito de evolução do indivíduo guindando-se a planos mais elevados de consciência. Perante a premência da progressão do sistema civilizacional/económico o indivíduo - o ser humano - foi relegado para o plano de mera ferramenta cuja existência apenas é validada desde que integrada nos planos do monstro corporativo.

Lembra-me o caso da vil postura do todo poderoso presidente da Nestlé que afirma ser a água algo demasiado precioso para estar disponível como um bem de direito universal, pelo que deveria ser privatizada toda a água potável do planeta (claro que ele iria reclamar a patente para a sua omnipotente multi-nacional), assim cada um teria que pagar pelo seu usufruto. Isso sim, eu chamo de blasfémia. Isso sim, eu chamo de encarnação do mal a quem advoga e tenta concretizar uma monstruosidade dessas. Se a clássica escravatura foi abolida por decretos (embora não completamente na prática), agora cria-se uma nova escravatura em que o indivíduo tem que se sujeitar a todos os ditames predatórios dos grandes mandantes do empresariado e da economia.