Quando me dizem que a Bayer comprou a Monsanto
por 66 mil milhões de USD eu sinto-me indignado com esta industrialização da
humanidade. No princípio da revolução industrial, em pleno século XIX, até era
engraçado andar em carruagens puxadas por locomotivas a vapor, com as
maquinarias facilitando a vida das pessoas, tanto nas deslocações a grandes
distâncias como nos modos de produção de bens. Mas agora estamos em plena
industrialização da própria humanidade, em que as pessoas são vistas como parte
funcional do grande esquema industrial de produção e consumo, com vista à
obtenção máxima de lucros para as grandes corporativas e seus
accionistas/proprietários. Somos todos peças da grande engrenagem
produtiva/consumista. Para trás ficou o propósito de evolução do indivíduo
guindando-se a planos mais elevados de consciência. Perante a premência da
progressão do sistema civilizacional/económico o indivíduo - o ser humano - foi
relegado para o plano de mera ferramenta cuja existência apenas é validada desde
que integrada nos planos do monstro corporativo.
Lembra-me o caso da vil postura do todo
poderoso presidente da Nestlé que afirma ser a água algo demasiado precioso
para estar disponível como um bem de direito universal, pelo que deveria ser
privatizada toda a água potável do planeta (claro que ele iria reclamar a
patente para a sua omnipotente multi-nacional), assim cada um teria que pagar
pelo seu usufruto. Isso sim, eu chamo de blasfémia. Isso sim, eu chamo de
encarnação do mal a quem advoga e tenta concretizar uma monstruosidade dessas.
Se a clássica escravatura foi abolida por decretos (embora não completamente na
prática), agora cria-se uma nova escravatura em que o indivíduo tem que se
sujeitar a todos os ditames predatórios dos grandes mandantes do empresariado e
da economia.
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