segunda-feira, 12 de novembro de 2012

CHAMINÉS



Foi com alguma estranheza que a dada altura, da minha estadia aqui no Recife, comecei a perceber que as casas não tinham chaminé. Primeiro comecei por notar essa ausência dentro das casas, o que me levou a olhar para os telhados em busca delas. Por aqui chaminés só as de estruturas industriais.

As cozinhas não têm chaminé, nem nenhum sistema de extracção de fumos. Muitas vezes o fogão até fica afastado de qualquer janela ou ponto de ventilação. Isto num clima tropical com uma temperatura média de 29 todo o ano.

Uma justificação (não académica) que ouvi foi que já não haviam mais fogões de lenha dentro das casas. Mas mesmo nas construções antigas não vejo chaminés ou qualquer outro dispositivo semelhante. Além de que a chaminé não serve apenas para extracção de fumos e odores, mas sim para ventilação (climatização). Tal dispositivo  ajudaria a regular a temperatura interior das casas ao possibilitar o arejamento das mesmas deixando o ar quente escapulir-se, pois este tem sempre tendência a subir. Acredito ser um dispositivo muito conveniente em regiões com um clima tropical, onde as temperaturas são elevadas durante todo o ano.

Não precisariam ser tão elaboradas, em rica decoração, como as chaminés algarvias (um exemplo na foto acima). Acredito que as chaminés trariam um charme utilitário às habitações recifenses. Mas, se alguém me quiser explicar o motivo real porque não são usadas chaminés nas casas recifenses, eu agradeço.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

AZEITE SPRAY

Podem achar anedótico, mas não é anedota. Podem achar que é esquisitice minha, mas não é. Poderão os não lusos entender que não é caso para tanto, mas acredito que muitos dos meus amigos portugueses, e aqueles que mesmo não o sendo já viveram em Portugal e conhecem os hábitos gastronómicos portugueses, entenderão a minha estupefacção, senão mesmo indignação.

Outro dia, num restaurante aqui no Recife, pedi azeite, para poder regar condignamente os legumes cozidos e a salada. Com espanto meu apresentaram-me uma garrafinha de spray de azeite. Não sabia se havia de rir ou gritar por socorro: “Levem-me para a minha terra!” Procurei entre os outros frascos de molhos e temperos, mas só encontrei outros dois iguais: azeite spray.

De acordo que o azeite não é um artigo de produção local, pelo que não faz parte dos costumes e gastronomia nordestina, ou mesmo brasileira, além de que por ter de ser importado é muito caro, mas daí a ter que borrifar a minha salada com uns aspergidos de azeite... Poupem-me!