sábado, 29 de outubro de 2016

AURICA

Segundo os cientistas João Duarte, Filipe Rosas e Wouter Schellart (dois portugueses e um australiano), daqui por 300 milhões de anos a Terra voltará a ter um único super-continente: Aurica. Uma teoria inspirada na observação do comportamento das zonas de subducção e baseada em evidências de história geológica, cálculos matemáticos e modelos computacionais. Com o deslocamento das placas tectónicas os oceanos Pacífico e Atlântico fechar-se-ão, a Eurásia dividir-se-á em duas: uma parte rumando a este e a outra rumando a oeste. A Austrália juntar-se-á com a América (daí o nome Aurica).
Nem quero imaginar como será o clima nessa altura.




Nota: imagens recolhidas da internet através do Google

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

STATUS QUO

O estatuto do índio no Brasil em nada mudou durante toda a história brasileira; continuam párias na sua própria terra.


Nota: imagem recolhida na internet através o Google.

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

domingo, 23 de outubro de 2016

ENGRENAGEM


O nosso mundo é uma engrenagem de consumo. Tudo na nossa presente civilização gira em torno do binário produção/consumo. Criam a ideia duma sociedade pró-hedonista mas tal não passa duma imensa falácia. Somos moldados e formados para encaixarmos num lugar da cadeia produtiva como escravos domesticados. Progressivamente perdemos o livre-arbítrio e a vontade-própria. É-nos negada a auto-determinação e o nosso querer tem de corresponder ao estipulado na lei e nas regras do jogo da grande-empresa em que se tornou o mundo. 
Fomos absorvidos pelo grande sistema-económico, que a todos devora e trucida desde a mais tenra idade. A auto-expressão é negada. O que se vê por aí são comportamentos de macaco-de-imitação a que se convencionou chamar de moda, ou mais elitistamente de “fashion”. Contribuindo esses comportamentos padronizados para aumentar os índices de produção/consumo e dando prosseguimento à alienação continuada das gentes que se iludem achando ser felicidade o que não passa dum mero prazer supérfluo e momentâneo.



Nota: Imagens recolhidas na internet com o Google

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

ESTUPOR


Dois mundos, duas eras em confronto. A supremacia da insanidade. A primeira grande guerra mundial foi a desbragada orgia da perversão destrutiva. Num mesmo conflito aviões e sabres. Um velho mundo sucumbindo perante a arrogância duma florescente tecnologia da matança. O colapso de velhas estratégias que não tinham soluções perante os desafios da modernidade. A chacina foi hedionda e tão vergonhosa que todos se apressaram a escondê-la por trás dos horrores da subsequente segunda grande guerra. Nenhuma delas deveria ter sucedido. Se a segunda teve o infame holocausto e as obscenas duas bombas atómicas a primeira não se ficou atrás na barbárie e funesto nojo. A guerra da carnificina.

Imagem: Avião sobrevoando elementos da cavalaria francesa durante a Primeira Guerra Mundial, 1916.

domingo, 9 de outubro de 2016

MATTHEW


877 mortos no Haiti. 11 mortos nos EUA. A diferença no número de vítimas não é mero capricho da natureza. A Natureza não tem preferências subjectivas. Os números apenas diferem devido aos modos de governar e administrar os territórios, assim como o zelo com as suas populações. Infra-estrutura, responsabilidade social e governação empenhada no bem de todos; é o que falta no infeliz país das Caraíbas.

O Haiti tem sido martirizado por todo tipo de flagelos, tanto os naturais como os provocados pela incúria e corrupção dos seus governantes. Basta olhar para o tipo de destroços, ruínas e estruturas preservadas para se perceber as diferenças e as razões da disparidade de vítimas e estragos. Mas o mundo ainda não cresceu o suficiente para perceber que a solidariedade é mais eficaz antes que depois dos flagelos. Cada um cuida de si e os pobres... esses logo se verá quando formos brincar às caridadezinhas.

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

NA ONU


António Guterres como rosto da ONU dá uma esperança de humanismo e solidariedade para as relações mundiais nos tempos vindouros. Não que os seus antecessores não fossem pessoas de boa índole e conciliadoras, mas o diplomata português tem um CV honroso no seu incansável trabalho de apoio aos refugiados, cada vez mais numerosos, que correm desesperadamente dos conflitos e da miséria.

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

NUVEM DE VAPOR



O mundo contemporâneo chegou de enxurrada numa grande nuvem de vapor. A revolução industrial. Uma catadupa de descobertas e avanços tecnológicos passaram a fazer parte do nosso quotidiano e agora também a electrónica e a informática são banais na nossa rotina diária em todas as nossas actividades. A ciência evoluiu admiravelmente. E a humanidade? Mais de 380 milhões de crianças vivem abaixo do nível de pobreza.

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

NÃO PAZ



O povo votou e mais uma vez o populismo e os interesses de alguns se sobrepuseram à paz e harmonia. A vontade do povo pode ser soberana, mas saberá o povo pelo que vota sempre que vota?
Mais uma vez impõe-se a necessidade de reflectir e debater sobre a democracia e a necessidade de criar um sistema mais justo de decisão.

domingo, 2 de outubro de 2016

PINK BANDEIRANTES


Alguns energúmenos pixaram o monumento aos bandeirantes em São Paulo e agora outros imbecis exaltam o gesto. 

sábado, 1 de outubro de 2016

GANHARÁS O PÃO


O peso da religião ainda é imenso nas nossas sociedades modernas. Até porque convém para o sistema económico que ela tanto apoia com o seu “ganharás o pão com o suor do rosto”. Através desse ditame imperioso o cristianismo sempre justificou todo o tipo de abusos predatórios e esclavagistas.
Não somos máquinas – ao invés do delírio romântico apregoado na febre da revolução industrial -  somos até providos de alma. Esse ideário de propósitos esclavagistas assenta maravilhosamente aos interesses inescrupulosos da dominante classe empresarial, ilibando de culpa a imposição dum modo de existência que não nos provê verdadeiro bem-estar ou felicidade. Se alguns de nós conseguem uma abastança material que lhes proporcione conforto, mesmo esses logo percebem que só isso não basta. Uma alma sã não se compraz numa bem-aventurança  moldada na amargura e sofrimento, sejam próprios ou alheios.

Agostinho da Silva afirmava ser anti-natura a condição de agente de produção do ser humano. Não nascemos para trabalhar mas sim para criar e para isso necessitamos de nos dedicar à ociosidade. Desse modo ele profetizava a sociedade do ócio, como o destino da humanidade,  vendo nos avanços tecnológicos e na robótica a possibilidade de concretização desse ideal. O Homo Divinus como entidade de vocação contemplativa e espiritual.

Imagem: "Angelus", Jean-François Millet