terça-feira, 6 de outubro de 2015

1957





A minha mãe sempre ansiara ter um filho varão, mas das duas gravidezes anteriores nasceram raparigas. Decepção! Mulher prática e pragmática, para ela era melhor prevenir do que remediar.

1957. O sexo do feto era um mistério envolto em expectativas até ao momento do parto. Não havia nenhuma dessas tecnologias que agora permitem observar o crescimento da nova vida que se forma no útero. Não gostando de se expor a riscos fora de controlo, ela optou pela melhor solução: aborto.

Eu?! Eu nem era ninguém ainda. Apenas um feto escondido, crescendo que nem um tumor. Não passava dum imprevisto muito duvidoso e que poderia tornar-se igualmente um futuro inconveniente. Portanto, cortar o mal pela raiz!