A minha mãe sempre ansiara ter
um filho varão, mas das duas gravidezes anteriores nasceram raparigas.
Decepção! Mulher prática e pragmática, para ela era melhor prevenir do que
remediar.
1957. O sexo do feto era um
mistério envolto em expectativas até ao momento do parto. Não havia nenhuma
dessas tecnologias que agora permitem observar o crescimento da nova vida que
se forma no útero. Não gostando de se expor a riscos fora de controlo, ela
optou pela melhor solução: aborto.
Eu?! Eu nem era ninguém ainda. Apenas
um feto escondido, crescendo que nem um tumor. Não passava dum imprevisto muito
duvidoso e que poderia tornar-se igualmente um futuro inconveniente. Portanto,
cortar o mal pela raiz!
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