quarta-feira, 13 de maio de 2009

LíNGUA E DIALECTO

Já deixei claro que politicamente sou a favor do Acordo Ortográfico. Contudo em termos linguísticos e culturais sou pela separação definitiva entre o português falado no Brasil e o português falado na restante Lusofonia.

O Acordo Ortográfico Político vem facilitar o entendimento do português pelos estrangeiros nas relações políticas e comerciais internacionais, assim como no ensino de português para cidadãos fora da Lusofonia. Uma normalização de regras é salutar para o desenvolvimento duma boa compreensão geral. A uniformização duma ferramenta de trabalho, como a língua, é proveitosa pois aligeira o entendimento e compreensão mútuos.

O português falado no Brasil já muito pouco tem a ver com o português falado em Portugal e na restante Lusofonia. O português do Brasil reúne todas as condições para ser considerado um dialecto e ficar isento de qualquer acordo ortográfico. 
Que se complete definitivamente o "Grito do Ipiranga", dando a total independência ao Brasil assegurando o seu linguajar como um dialecto português; o Brasileiro. Assim, além de se cortar definitivamente esse cordão umbilical, salvava-se o Português de ser destituído das suas origens linguísticas.

Assiste-se que, enquanto os países lusófonos não sul-americanos, olham para Lisboa em busca de directrizes para o desenvolvimento do Português, o Brasil olha para Washington em busca de influências. O Português é uma língua Indo-Europeia do ramo das línguas latinas e não do ramo das línguas germânicas, como o Inglês.

Percam-se os anéis mas fiquem os dedos.

sábado, 2 de maio de 2009

NOMES

Em certos países há uma lista oficial de nomes permitidos, segundo a tradição linguística nacional, e que é imposta a quem se apresenta perante a administração oficial para registar um recém-nascido. Alguns poderão entender que isto é uma limitação das liberdades individuais, uma vez que a escolha do nome fica restringida, não podendo os progenitores exercer o seu pleno direito de livre escolha. 

Mas será que a liberdade de uns poderá ir contra a dignidade de outros? Onde começa e termina o direito de cada um num sistema de liberdade? E será que qualquer nome é digno, independentemente do seu significado?

Ponho estas questões perante o facto, que tomei conhecimento, de três irmãs cujos progenitores lhes atribuíram os nomes próprios de Xerox uma, de Fotocópia a outra e de Autenticada a terceira. Sendo que a Xerox já foi mãe e chamou o seu filho de Carimbo. Não estou a ironizar.

Poderemos pôr em questão a dignidade de tais nomes? Será que a liberdade individual estará acima do direito de soberania dum Estado zelando pelos interesses daqueles que ainda não podem exprimir a sua opinião? Será que poderemos atribuir mais dignidade a uma Maria que a uma Autenticada?

Observando o caso em exemplo, parece que a Xerox assumiu a dignidade do seu nome e seguiu, o que parece assumir contornos de tradição familiar, dando o nome de Carimbo ao seu filho. Será que poderemos questionar o seu sentido de dignidade?