terça-feira, 22 de dezembro de 2009

PELÚCIA


EU SOU UM BONECO DE PELUCHE!

Deram a uma menina, já muito crescidinha, três bonecos de peluche e ela logo tratou de lhes dar nomes. A mim chamou de Manuel e aos meus irmãozinhos chamou de Rodrigo e Sergio. Agora todas as noites dormidos ao lado dela, na sua cama.

Ela nos chamou assim para se lembrar de quando brincamos às cozinhas, fazendo comidas novas, que ela prova com admiração e ela me ensina a fazer coisas boas com o milho para depois vender. Eu não gosto de comer coisas de milho, mas o dinheiro é bom para comprar outras coisas que fazem falta; como comida e refrescos (por vezes bebemos cerveja, hehehe).

Também brincamos de rir, pois ela gosta de rir e se sentir bem disposta, para afastar os medos da vida. Por vezes eu danço para ela dar risada e ela fica chamando todo mundo para me vir ver sambar. É muito divertido!

De manhã eu levanto muito cedo e vou esperar que ela chegue do mercado trazendo um grande saco de milho à cabeça. É muito pesado e eu me apresso para a ir aliviar. Depois ela descasca o milho e eu vou raspando o coco para fazer o leite que se junta na massa do milho. Ela então conta histórias da vida dela. Ela teve uma vida longa, com muitas histórias.

Ela tem um nome muito bonito, mas prefere ser chamada pelo nome duma grande imperatriz que governou a Rússia à muito tempo; talvez porque ela é mandona como essa rainha foi. hehehe (Mas a gente não se importa!). E assim poucas pessoas sabem o verdadeiro nome dela, pelo que não podem fazer feitiçaria contra ela. Pois, para a magia funcionar nós temos de saber o verdadeiro nome das coisas, senão... não dá!

Eu estou muito feliz de ser um URSINHO DE PELUCHE!

domingo, 13 de dezembro de 2009

ALMA A CAMINHO



Certo dia levaram um chefe índio, duma tribo da Amazónia, a visitar Brasília. A viagem foi de carro e no fim perguntaram ao homem como ele se sentia. Ao que ele respondeu: Eu já cheguei, mas a minha alma ainda vem a caminho.

Pois é, por vezes a nossa vida entra em turbilhões, que parece ficarmos desfasados da nossa própria alma. Assim tem sucedido comigo, nos tempos (anos) mais recentes. Entrei num sarau de ginástica cármica que me exige toda a elasticidade anímica; e não só a mim, como também àqueles que me rodeiam e me acompanham no quotidiano.

Tive um psicoterapeuta que me afirmava; não devemos flagelar-nos pelos nossos erros, apenas fazemos aquilo que nos ensinaram. Eu continuo repetindo essa fórmula a quem se vem lamentar das consequências das suas menos felizes escolhas e decisões.
Nós decidimos sobre o nosso destino em função daquilo que somos no momento e das condicionantes que a Vida nos apresenta. Somos responsáveis pelas nossas escolhas? Sim, somos responsáveis pelas nossas escolhas. Mas não temos de fazer das nossas vidas um covil de expiação pela nossa incapacidade de decidirmos mais acertadamente num mundo vil e perverso.

Somos mui lestos a julgar e acusar o outro, como se fossemos, cada um de nós, o senhor da razão. Muito prontamente identificamos e apontamos as falhas alheias, esquecendo convenientemente as tremendas burrices que já todos fizemos ao longo das nossas vidas. E depois, se nos fazem notar a impiedade da nossa ligeireza de julgamento, ainda argumentamos vivamente, tentando tapar o sol com a peneira, como se vogássemos acima de qualquer arbítrio.

Assim estou eu no presente da minha vida. Confuso, perdido no redemoinho de escolhas em que se tornou a minha vida, em que a cada segundo tenho que fazer uma opção, como se disso dependesse a minha execução em cadafalso. Sim, na verdade sou logo prontamente executado, por muitos daqueles que, pela sua intimidade e proximidade, deveriam ser os que mais prontamente deveriam manter o seu apoio incondicional, como ensinam os princípios cristão em que foram educados: ama o próximo como a ti mesmo, quem nunca pecou que atire a primeira pedra, ...

Sim, todos vivemos assediados por este mundo esclavagista e gananciosamente competitivo, mas isso não deverá ser desculpa para nos isentarmos da compaixão e cumplicidade que de nós é esperada. E pouco gloriosa é a ajuda que prestamos sob cobrança (nem que seja com sermão moralista e egotista).

Muita ajuda tenho pedido e tenho recebido (algumas vezes de expontânea vontade, sem que a tivesse requerido), nestes tempos mais recentes do meu existir. Na verdade quase que poderia dizer que vivo da boa vontade dos que me rodeiam; estejam eles (eles e elas, indiferentemente) mais perto ou mais longe. A todos agradeço!

Bem hajam!

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

ESTAMOS NO MUNDIAL 2010


Merecido festejo dos jogadores da selecção portuguesa de futebol: Portugal vai ao Mundial de 2010, na África do Sul!
Mesmo perante uma claque adversária que primava por uma agressividade alarve, que continuadamente arremessava objectos para dentro do campo, tendo mesmo chegado a molestar fisicamente um dos membros da equipa de arbitragem, os nossos rapazes deram conta do recado. Com todos os sobressaltos a que nos já habituaram, lá conseguiram fazer aquilo que deles se esperava.
Parabéns!

Portugal pode fazer festa, merecidamente. Já o mesmo não se pode dizer de outros casos, que lastimavelmente deixaram a desejar no civismo e lisura.

No jogo entre a Argélia e o Egipto assistiu-se a uma batalha campal de pancadaria grosseira, entre os membros de ambas as selecções. Cenas indignas dum desporto que é de eleição para milhões de adeptos e que deveria ser usado para transmitir exemplos de bom convívio e boa cidadania.

A França conseguiu o seu apuramento através dum golo alcançado na sequência duma jogada irregular (Thierry Henry ajeitou a bola com a mão). O árbitro validou o jogo e a FIFA recusa repetição do jogo por entender que as decisões dos árbitros "são sobrenas e finais" (sic). Nem comento, pois muito haveria a dizer desse solene princípio de respeito pelas decisões dos juízes.

Com a complacência perante erros grosseiros e comportamentos alarves, como poderemos pretender construir um mundo melhor, se não sabemos aproveitar as mínimas oportunidades para fazer passar bons exemplos e modelos?


quarta-feira, 18 de novembro de 2009

CHAUVINISMO BRASILEIRO PERDURA NAS CAMADAS JOVENS


Numa universidade brasileira uma aluna apresenta-se às aulas com um vestido curto. Os colegas amotinam-se por toda a escola, insultando-a e ameaçando-a. A escola vira um pandemónio e a jovem acaba por ser escoltada para fora das instalações, coberta com uma gabardina emprestada.
Dias depois a direcção da escola em questão, a UNIBAN expulsa a aluna apresentando os motivos em comunicado que abaixo se divulga:
A reacção dos alunos é preocupante, pois indica um exacerbado chauvinismo muito presente na sociedade brasileira. Preocupante pois deveria partir das camadas mais jovens e cultas da sociedade os sinais de evolução cultural e de costumes, numa linha de tolerância e respeito pela individualidade. Normalmente é da juventude que se espera sinais de abertura e renovação.

A gestão que a direcção da universidade fez do assunto é ainda mais preocupante, pois denota que uma instituição que deveria instigar uma boa formação cívica nos seus formandos, compactua e premeia acções de barbarismo reaccionário e anti-cívico.
O modo como o assunto foi tratado apenas demonstra a persistência de hábitos de prepotência e autoritarismo da cultura brasileira. Os vícios esclavagistas ainda perduram na cultura popular brasileira. Não desapareceram apenas por decreto de extinção da escravatura.

Não basta legislar, é necessário também educar e isso a sociedade brasileira no seu todo não está fazendo; desde o mais alto escalão da hierarquia estatal até ao mais humilde cidadão. O Estado brasileiro governa a economia, sem nenhum empenho pela formação de cidadania; cidadania, coisa que o brasileiro comum desconhece.

Não basta ser um dos países mais ricos (economicamente) do mundo, é necessário saber viver com cidadania de qualidade.

Para que conste apresento também foto da jovem em questão com o vestido causador da polémica:
Sim, foi este o vestido causador de tanta polémica!

Este não foi um caso isolado no meio universitário brasileiro. Pela mesma altura, noutro estabelecimento de ensino do mesmo nível, outra aluna também foi alvo do mesmo tipo de perseguição e pelas mesmas razões; o modo como se vestia. Desta feita, ao tentar fugir da turba raivosa, a jovem foi encurralada e chegou a ser fisicamente agredida pelos colegas.
Este caso ficou abafado pois a jovem em questão pediu anonimato nas declarações públicas, que fez aos orgãos de informação e ela mesma abandonou o seu curso no estabelecimento que frequentava, traumatizada pela selvajaria de que havia sido alvo. Como tal o caso perdeu interesse para os media, pois o anonimato não alimenta sensacionalismo voyeurista.

Os estrangeiros acreditam que o povo brasileiro é um povo de mente aberta e sem preconceitos, pois se habituou a identificar o Brasil com a licenciosidade do carnaval carioca, mostrado nas TVs de todo o mundo. Nada mais longe da verdade!
O carnaval carioca é uma industria montada para o turismo internacional e restrito a uma zona exclusiva da cidade do Rio de Janeiro (sambódromo da Avenida Marquês de Sapucaí). Em nada o carnaval carioca é espelho da realidade brasileira.

domingo, 8 de novembro de 2009

AS HORTÊNSIAS DA SÃO

A minha amiga e companheira de actividades bloguistas, São, festeja mais um aniversário de publicações na net. Para comemorar ofereceu àqueles que têm a satisfação de visitar o seu espaço lúcido e interveniente, a beleza serena dumas hortênsias açorianas.

É com grande alegria que vejo o crescente e justificado, sucesso que o blog da São tem feito desde o seu início. E também uma grande satisfação e orgulho de poder presenciar esse sucesso que acompanho desde a fundação.

A todos sugiro a visita e acompanhamento dos textos sempre oportunos da São em: http://saobanza.blogspot.com/

E a ti, Companheira, Amiga e Irmã de Alma os meus parabéns e votos de muito mais e prolongado sucesso.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

OS MENINOS DE PRAGA


À uns anos atrás fui de viagem turística a Praga (Salve, São!). Só poderia ter sido um excelente passeio, pois se não bastasse a óptima companhia da minha amiga São, Praga é uma maravilha de património histórico e cultural. Mesmo tendo por lá perdido um dos meus casacos favoritos, guardo as melhores recordações duma das minhas viagens favoritas.

Mas não venho aqui enumerar os muitos encantos de Praga, senão contar um episódio que muito me divertiu durante essa estadia.

Para quem não saiba em Praga fala-se checo (uma língua eslava) e o serviço televisivo é na língua oficial do país, como é óbvio. Eu não entendo uma palavra de checo, mas ao chegar ao hotel, no fim de cada dia de deslumbrante passeio, ligava o televisor do quarto para constatar que invariavelmente era hora do noticiário. Em checo eu não entendia nada, mas... (há sempre um "mas") "presidente", "república", "sexual" e "escândalo" são termos que muito se assemelham na maioria das línguas, pelo menos as ocidentais. Fiquei curioso, pois por três dias seguidos o caso se repetia.

O guia do nosso grupo era checo, mas tinha aprendido português, para poder trabalhar como guia turístico (ele havia se formado em História, mas encontrou no turismo uma melhor fonte de receita), Ian era o nome dele (não era São? esta minha memória para nomes...) Intrigado com o caso das notícias, resolvi questionar o simpático guia sobre o que se passava. Ele sorriu com algum embaraço, perante o meu pedido de esclarecimento e tratou de, muito cordialmente, enrolar conversa, dando-lhe um rumo que me levasse a distrair do assunto. 

Ora, tolo não sou e percebo quando me querem esconder algo, pelo que ainda mais o caso aguçou a minha curiosidade. Não insisti logo, para não ser indelicado, mas mais tarde voltei a confrontar o guia. Nova tentativa de evasão. E se antes o caso apenas me intrigava a mim, agora até a minha amiga São se mostrou curiosa, sobre as razões que tanto embaraçavam o simpático homem, pelo que então pude contar com o apoio dela numa investida conjunta, montando um cerco interrogatório ao pobre Ian, que outra alternativa não teve senão desbroncar-se todo e relatar o que se passava.

O caso é que o país andava em polvorosa por causa dum escândalo sexual ocorrido dentro do palácio presidencial (o palácio presidencial checo fica no complexo monumental do Castelo de Praga; um dos pátios retratado  na imagem acima). Um jovem militar da guarda presidencial, havia denunciado ter sido vítima de violação sexual por parte do psicólogo do regimento. Na sequência das averiguações do caso veio a saber-se que o clínico tinha violado mais de duas dezenas de jovens militares da Guarda Presidencial. 

O quê?! Um civil a violar militares?! Mas que raio de guardas eram aqueles? E em que mãos estava a segurança do presidente, quando os próprios guardas que o deveriam proteger não eram capazes de proteger o próprio... traseiro?

O caso era no mínimo caricato e eu e a São entendemos bem as razões do embaraço do guia.

sábado, 17 de outubro de 2009

E A GUERRA CONTINUA...



Morro dos Macacos, Rio de Janeiro, 17 de Outubro de 2009. 
5 mortos (2 agentes da PM e 3 criminosos) e 8 feridos, até ao momento em que escrevo, na guerra entre traficantes rivais, apenas este Sábado. Um helicóptero (onde iam os 2 PM mortos) da Polícia Militar abatido pelo fogo dos criminosos. Vários veículos de transporte colectivo incendiados em vários pontos da cidade (supostamente para desviar a atenção das autoridades).

E assim o Rio de Janeiro se prepara para receber as Olimpíadas de 2016.

Tantas questões se levantam pela estupefacção do avolumar duma tragédia inusitada. Serão estas as novas guerras do futuro? Dum futuro que se faz já presente...

O tráfico de armas de guerra com destino a bandos de tráfico de droga está mais que evidente. Agora os traficantes iniciam guerras urbanas, com armamento militar, para conquistar zonas de influência e pontos de tráfico. Estas disputas já não são com as autoridades policiais e militares, mas entre facções rivais. Aqui as forças oficiais apenas entram como árbitros, tentando recuperar uma paz podre.

Quando os meliantes conseguem abater uma aeronave de combate militar... Já não se trata dum problema de tráfico de droga urbano. É mais um problema de segurança geral, numa cidade vocacionada para o turismo e que pretende ser anfitriã dum mundo em festa, num futuro próximo.

Mas será um problema apenas do Rio de Janeiro? Não, infelizmente é mais generalizado. A criminalidade e violência são um produto comum do quotidiano brasileiro. E alastra pelo mundo.

E se a moda pega?...

domingo, 11 de outubro de 2009

O EXEMPLO DISPENSÁVEL



Ermelo, Mondim de Basto, 7.30h. O processo eleitoral foi suspenso por um crime na assembleia de voto.

Um candidato eleitoral mata o marido da candidata do partido rival em plena assembleia de voto, minutos antes de esta abrir. Não interessa de que partidos, pois se um disparou o outro também, se um foi alvejado o outro também, se um estava armado o outro também.

É isto a imagem da política portuguesa? É isto a imagem da tolerância dum povo do dito primeiro-mundo? É isto o convívio pacífico da Democracia? É isto o exemplo do "ama o próximo" e do "dá a outra face", numa região de tradições tão arreigadamente religiosas? Por onde andam os bons costumes do povo português? Ou esse paradigma não passa dum devaneio auto-promotor?

Foi alegada legítima defesa. O quê?! Desde quando se vai armado, de arma de fogo, para uma assembleia de voto, sem que haja premeditação de crime? Mas que é isto??? Estamos no faroeste? Estaremos importando hábitos arruaceiros da politicagem latino-americana? Até mesmo esses estão se tornando civilizados! Que se passa na cabeça desses caciques rurais? E os partidos de que eles fazem parte? Quando começarão a tomar medidas para a higienização das suas fileiras?

Tenho passaporte português e encontro-me a viver no estrangeiro, num país dito "em vias de desenvolvimento". Apresento sempre como exemplo de boas práticas os modos de fazer e viver portugueses e europeus, ao tentar estimular a cidadania e civilidade. E agora?...

Agora... espero castigo exemplar para o interveniente sobrevivente da infame disputa. Espero também uma verdadeira purga em todo o sistema político português e europeu. 

Chega de bandalhos à frente dos destinos das nações!!!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

A ADAGA


A atribuição do Prémio Nobel da Paz de 2009 a Barak Obama é uma adaga apontada ao desempenho futuro do Presidente dos Estados Unidos da América.

Entendo esta atribuição mais pelo advir, que por feitos passados. Barak Obama trouxe uma esperança de mudança na governação duma das mais influentes nações do mundo actual. Mas pouco mais que isso fez, no curto espaço de tempo que vem desde a sua nomeação no cargo de Presidente. 
Contudo, não pretendo com isto defender que apenas os sublimes heróis divinamente abençoados merecem o destaque e reconhecimento. Talvez seja este também um gesto de intenção de mudança na política de atribuição dum prémio que tantas opiniões contraditórias levanta sempre.

Grandes desafios esperam Obama e todo o seu desempenho irá ser apreciado dum modo muito mais exigente, por opositores e adeptos. Esperemos que o rasto da sua governação venha a estar ao nível da expectativa levantada por esta honrosa distinção.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

O CRIME DAS LARANJEIRAS

Brasil

À dias militantes do MST (Movimento dos Sem Terra; nome que eu acho irónico pois eles acham que qualquer nesga de terra em território brasileiro é deles) atacaram criminosamente um laranjal no Estado de São Paulo, ocupando a herdade e destruindo cerca de 7000 mil laranjeiras, derrubando-as com um tractor. 

Alegação para o atentado: "a intenção era desbravar terreno para cultivar feijão pois só de laranjas ninguém vive", afirmação de Claudete Pereira de Souza, coordenadora do movimento. Uma afirmação destas se não fosse grave até poderia parecer anedótica.

O Brasil está entre os maiores produtores de feijão e laranja do mundo, sendo o maior exportador mundial de concentrado de laranja para sumos e refrigerantes. Qualquer atentado a uma empresa dessa magnitude nacional e internacional seria entendido como um crime. Mas isso num país... enfim, cala-te boca! 

No Brasil as entidades oficiais (cobardes ou corruptamente permissivas) afirmam tratar-se duma acção de manifestação social, logo não passível de incriminação, nem julgamento.
E o respeito pela propriedade alheia de interesse colectivo? E o respeito pelo trabalho e pela vida? E a barbárie de motivação duvidosa?

E afirmam estes MST serem defensores duma Reforma Agrária. Reforma Agrária, por parte de quem não tem a mínima consciência, nem respeito pelo acto agrícola?!

domingo, 4 de outubro de 2009

ORA SIM, ORA NÃO


Em Junho de 2008 os irlandeses votaram NÃO ao Tratado de Lisboa, em referendo. A Europa caiu de joelhos, derrotada. O sonho de continuar na consolidação duma unificação exemplar estava em risco. 

O povo irlandês tinha utilizado o referendo como arma de punição ao seu próprio governo, indiferente ao que esse gesto implicasse para milhões de outros europeus. A unidade de todo um continente estava garrotada por uma só nação.

Em Outubro de 2009 os irlandeses vão de novo repetir o mesmo referendo e respondem SIM. A Europa suspira de alívio. O processo de implementação do Tratado de Lisboa pode prosseguir.

Assolado pela crise económica e procurando apoio para a recuperação do estado de graça anteriormente vivenciado, o povo irlandês pôs de parte a sua arrogância nacionalista e deu o dito por não dito. Afinal as benfeitorias de pertencer a uma super-economia falam mais alto.

Será que isto dignifica a democracia? Será isto a justiça democrática? Será que povos acomodados e desinteressados dos processos políticos, são boa fonte de consulta para decisões maiores?

Não se assemelhará esta democracia por vezes a anarquia? Ou mesmo ditadura, quando uma minoria impõe a sua vontade a uma imensa maioria.

Será que o Povo estará já preparado para uma União supra-nacional?

sábado, 3 de outubro de 2009

MARINUS VAN DER LUBBE

27 de Fevereiro de 1933, Marinus van der Lubbe entra para os compêndios de História. 


Acusado de ter ateado o incêndio do Reichstag, foi condenado à morte por decapitação, tendo a sentença sido executada a 10 de Janeiro de 1934.

Os historiadores reconhecem como plausível a sua culpabilidade no incêndio. 

Mas a acusação será sempre duvidosa pelo facto de ser promovida pelos nazis no poder, que sempre se utilizaram de todos os esquemas imorais para alcançar os seus intentos. O caso serviu de pretexto para Hitler prender os líderes do partido comunista (partido com o qual van der Lubbe estava envolvido) e fazer aprovar o Decreto do Incêndio do Reichstag, onde se restringia a maioria dos Direitos Humanos.

O incêndio do Reichstag começou pelas 21.14h e os relatos afirmam que ele foi ateado em vários pontos do edifício. À chegada de socorros deu-se uma grande explosão na Câmara dos Deputados e a Polícia encontrou Marinus van der Lubbe em tronco nu, dentro do prédio.

Anarquista e activista, com problemas de visão devido a um acidente de trabalho como pedreiro (a sua profissão), van der Lubbe acreditava e promovia a acção directa.

Quantos Marinus van der Lubbe continuarão a haver ainda na História?

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

OLIMPÍADAS DE 2016

Faltam apenas algumas horas para a decisão sobre onde se realizarão as Olimpíadas de 2016. 

Grande expectativa rodeia as quatro candidaturas finalistas e os seus apoiantes. Festejos se preparam em todas as cidades candidatas, mas apenas uma celebrará a escolha.

Dentro do grupo, a candidatura do Rio de Janeiro ganha simpatias porque, a ser escolhida, traria pela primeira vez a realização deste grandioso evento desportivo para a América do Sul. Seria um claro sinal para o mundo de que os países do outrora esquecido hemisfério sul, começam a se revelar como participantes de pleno direito na cena internacional.

Em termos do apoio da população da cidade, o Rio de Janeiro não tem de que reclamar, pois a sua população é bem ávida de festas e se apresenta como aderente incondicional do evento. Contudo os madrilenos também perfilam da mesma postura.
Chicago não conta com o apoio popular, mas apresenta o melhor projecto em termos de inserção urbanística. Quanto a Tokyo... é a candidatura do pragmatismo e eficiência tão peculiares aos japoneses.

Esperemos então, para ver qual o resultado.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

JUSTIÇA

Muito se clama por justiça, mas será mesmo justiça o que todos pedem?

Circunstâncias há que de tão perversas nos inspiram fortes sentimentos de repúdio, levando a uma sede de vingança muitas vezes encapuçada em perfis de justiça. Nada pode ser menos justo que a vingança. A justiça também não tem de ser cega, mas não pode ser vingativa. O olho por olho é um princípio pouco ético e nada conforme com uma conduta verdadeiramente elevada em consciência e sabedoria. Sendo a justiça de aplicação posterior ela não pode ser retaliadora.

Sejamos simplistas, ou simplórios como queirais denominar. Um pobre que furta comida para se saciar é um criminoso? O modelo social que não reparte a riqueza por todos os cidadãos, permitindo assim a existência de pobreza e fome, é criminoso? O sistema judicial que liberta um criminoso por falta de preenchimento dos requisitos burocráticos é criminoso?

A justiça punitiva não melhora o perfil da sociedade. É necessário mais que impor temor e aplicar castigo para se conseguir melhorar comportamentos sociais. A justiça mais eficaz é aquela que elimina as condições que propiciam o crime.

JOVENS

Orientação... Falta de orientação.

Os jovens apresentam graves sintomas de falta de orientação. Não lhes foram dadas ferramentas para se saberem orientar, para se saberem gerir. Não lhes foi ensinado a pensarem por si próprios. Não lhes foi ensinada inteligência.

Aos jovens falta-lhes iniciativa. Falta-lhes saber como e quando. Falta-lhes saber como agir. Porque para alcançar não basta desejar. E a vida é bem mais que um sonho desejado

Mas há jovens e jovens. E há inteligênca e falta dela. E a falta de inteligência humana continua a ser um flagelo. E se a inteligência não é cultivada na infância e na juventude, não será na maioridade que ela surgirá por milagre.

sábado, 5 de setembro de 2009

BEIJANDO

Esta semana, no Brasil, foi detido um turista italiano por ter beijado, nos lábios, a filha de oito anos na piscina pública duma instalação hoteleira. A presença da polícia e a instauração do processo judicial foram pedidos por turistas brasileiros que se encontravam no local e se sentiram vexados pela conduta do indiciado. 

Num país onde tão pouco se tem respeitado a criança (lembremos o massacre dos meninos de rua na Candelária) e onde se induzem as crianças ao consumo e tráfico de drogas, onde se instigam os menores a toda a prática de crimes e se os educa através duma programação televisiva de gosto duvidoso, tal medida é mesquinha, revelando um absurdo excesso de zelo, carregado duma imensa xenofobia.

Se o Brasil quer crescer como país com pretensões a ocupar no mundo um lugar de liderança, então o seu povo tem de se reeducar do seu chauvinismo marialva e do machismo obsoleto e tacanho com que pauta o seu quotidiano.

Não é através de telenovela que se educa um povo!

quarta-feira, 13 de maio de 2009

LíNGUA E DIALECTO

Já deixei claro que politicamente sou a favor do Acordo Ortográfico. Contudo em termos linguísticos e culturais sou pela separação definitiva entre o português falado no Brasil e o português falado na restante Lusofonia.

O Acordo Ortográfico Político vem facilitar o entendimento do português pelos estrangeiros nas relações políticas e comerciais internacionais, assim como no ensino de português para cidadãos fora da Lusofonia. Uma normalização de regras é salutar para o desenvolvimento duma boa compreensão geral. A uniformização duma ferramenta de trabalho, como a língua, é proveitosa pois aligeira o entendimento e compreensão mútuos.

O português falado no Brasil já muito pouco tem a ver com o português falado em Portugal e na restante Lusofonia. O português do Brasil reúne todas as condições para ser considerado um dialecto e ficar isento de qualquer acordo ortográfico. 
Que se complete definitivamente o "Grito do Ipiranga", dando a total independência ao Brasil assegurando o seu linguajar como um dialecto português; o Brasileiro. Assim, além de se cortar definitivamente esse cordão umbilical, salvava-se o Português de ser destituído das suas origens linguísticas.

Assiste-se que, enquanto os países lusófonos não sul-americanos, olham para Lisboa em busca de directrizes para o desenvolvimento do Português, o Brasil olha para Washington em busca de influências. O Português é uma língua Indo-Europeia do ramo das línguas latinas e não do ramo das línguas germânicas, como o Inglês.

Percam-se os anéis mas fiquem os dedos.

sábado, 2 de maio de 2009

NOMES

Em certos países há uma lista oficial de nomes permitidos, segundo a tradição linguística nacional, e que é imposta a quem se apresenta perante a administração oficial para registar um recém-nascido. Alguns poderão entender que isto é uma limitação das liberdades individuais, uma vez que a escolha do nome fica restringida, não podendo os progenitores exercer o seu pleno direito de livre escolha. 

Mas será que a liberdade de uns poderá ir contra a dignidade de outros? Onde começa e termina o direito de cada um num sistema de liberdade? E será que qualquer nome é digno, independentemente do seu significado?

Ponho estas questões perante o facto, que tomei conhecimento, de três irmãs cujos progenitores lhes atribuíram os nomes próprios de Xerox uma, de Fotocópia a outra e de Autenticada a terceira. Sendo que a Xerox já foi mãe e chamou o seu filho de Carimbo. Não estou a ironizar.

Poderemos pôr em questão a dignidade de tais nomes? Será que a liberdade individual estará acima do direito de soberania dum Estado zelando pelos interesses daqueles que ainda não podem exprimir a sua opinião? Será que poderemos atribuir mais dignidade a uma Maria que a uma Autenticada?

Observando o caso em exemplo, parece que a Xerox assumiu a dignidade do seu nome e seguiu, o que parece assumir contornos de tradição familiar, dando o nome de Carimbo ao seu filho. Será que poderemos questionar o seu sentido de dignidade?

quarta-feira, 29 de abril de 2009

O VALOR DA EXPERIÊNCIA

De início eu tinha opiniões dúbias em relação a ele. Talvez ainda possa manter algumas cautelas em opinar sobre a pessoa, mas assistindo em directo ao jogo de futebol entre o Santos e o Corinthians do passado domingo, pude verificar o valor da experiência, que faz a diferença entre a arrogância e a auto-confiança. 
Falo do segundo golo de Ronaldo nesse jogo, que marcou o resultado final de 3-1 a favor do Corinthians. Até o próprio Pelé, presente no estádio, não se poupou a elogios à indubitável técnica de Ronaldo. 

E como se consegue tal feito?! Com a modéstia da dedicação a um trabalho de anos, cujo resultado é o aperfeiçoamento dum desempenho eficaz. No pain, no gain.

O que eu vi e se pode rever na repetição do lance até à exaustão, é o resultado de anos de experiência. A maturidade alcança-se com tempo e dedicação. Muitas vezes é necessário descer ao fundo do poço para aprender o valor da luz.

Medina Carreira diz "as pessoas sabem o preço das coisas, mas desconhecem o valor das coisas". Nos dias de consumismo hedonista em que vivemos e construímos a nossa civilização, pretende-se que tudo seja imediato e de fácil acesso. Apenas visamos os alvos, sem entender que o ganho está no percurso. Perdemos o sentido do aprendizado, o valor do ritual, a importância da iniciação.

O golo de Ronaldo pode parecer um passe de génio. Mas por trás daquele chuto estão anos de experiência e dedicação. Os génios não nascem feitos; aprendem! E isso está em extinção no nosso mundo civilizado: a importância do aprendizado.

Governantes e operadores sociais apelam para a necessidade da formação individual, mas em redor tudo apela para o imediatismo comodista. Temos de fazer escolhas sérias e conscientes. Temos que saber abdicar para ganhar.

terça-feira, 14 de abril de 2009

MÃO BRANDA E MÃO PESADA

Na política há que ser destemido e ousado, mas acima de tudo firme. Convicto também, para que as suas ideias sejam credíveis e galvanizem o apoio popular.

Barack Obama não hesitou em pedir que os seus militares usassem de medidas extremas para libertar com vida o comandante de navio refém dos piratas somális e logo em seguida anunciou medidas de liberalização no intercâmbio e circulação entre os cubanos exilados/imigrados nos USA e os seus parentes ainda em Cuba. (As coisas estão mexendo lá pelos States)
Certo que ele pediu contrapartidas ao governo cubano para prosseguir na abertura de relações entre os dois países, nomeadamente na questão do respeito pelos direitos humanos; no entanto, não o fez sem antes ter tomado medidas para acabar com a ignomínia que se passava em Guantanamo, em pleno solo cubano (sob a égide da Stars and Stripes).

Desde à muito tempo que a questão do bloqueio a Cuba se tornara um embaraço para a diplomacia americana, pois cedo se verificou que ele era ineficaz nas suas pretensões. Persistir no erro era apenas o orgulho de não querer reconhecer a falta de visão política a longo prazo. Tal medida nunca poderia resultar; quanto mais se bate na casca dum molusco mais ele se fecha. Elementary my dear Watson!

Quanto à firmeza perante os piratas somális... não há diálogo possível com escória sem escrúpulos. Canalhas sempre foram, essa escumalha da pirataria. Para eles apenas vale a razão das armas; e o jogo é entre a vida e a morte.

Obama entende e muito bem, que a nova guerra não é travada entre grandes exércitos em campo de batalha. Actualmente qualquer indivíduo isolado pode declarar guerra à maior potência, seja ela qual for. A vantagem está na capacidade de reacção e na inteligência de decisão rápida e eficaz.

Com o advento das novas tecnologias da informação, cada vez mais as políticas devem ter em conta a opinião e vontade popular. Um povo informado é um povo consciente dos seus direitos e da sua capacidade de intervir.

Um governante deve saber quando usar de mão branda ou de mão pesada.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

RUFFLES

Uma sandes de fiambre para tomar o Xanax (ansiolítico); a toma vespertina, a segunda do dia.

Depois foi assistir o final do noticiário televisivo, até me vir sentar aos comandos da nave (o meu Macbook).

Passei em revista os trabalhos em curso (ok! tudo baixando direitinho!), que não posso aqui revelar para não ser incriminado por usufruto de propriedade artística sem os pagamentos que os tubarões das editoras roubam para encher as suas fartas panças e depois dão-lhes o nome de: direitos de autor.
Ah! Ah! Ah! Direitos de autor!... Melhor será chamar de espólio dos parasitas que engordam à custa da criatividade alheia.
Toda a indústria do entretenimento é uma imensa farsa de crápulas sem escrúpulos.

A minha mãe nunca recebeu direitos de autor por gerar um génio como eu!

Mas eu estava fazendo outro relato. Retomando... Com um pacote de ruffles (eu prefiro lisas, mas como não haviam...) com sabor a cebola e salsa (prefiro as de sabores a ervas, pelo menos ajudam a disfarçar o gosto de óleo resquentado) de um lado e um copo de pilsen (é uma variedade de cerveja!) Antarctica (a Antarctica não produz apenas refrigerante de guaraná!) do outro lá fui em busca das notícias sobre a greve de fome do actual Presidente da Bolívia Evo Morales.

A banda sonora estava a cargo do Amarok de Mike Oldfield e a cerveja bem geladinha. Hummm!...

Mas voltemos a Evo Morales, um homem que eu muito admiro e mais um exemplo de que este nosso mundo se vai reajustando.
Ao fim de séculos um Inca volta a governar em território Inca!
Um Presidente que não receia recorrer a uma medida extrema e prosaica, a recorrência emocionalmente chantageosa à greve de fome, para conseguir alcançar os seus intentos políticos. Também é um presidente que não receou ir buscar para sua Ministra da Justiça uma empregada doméstica (criada, mulher de limpezas, mulher-a-dias) sem formação académica. Creio nunca a Justiça dum país ter estado mais bem representada e supervisionada.
Não é por ter a cabeça cheia de regras e regulamentos que se percebe melhor qual o verdadeiro sentido que a Justiça deve ter. Por vezes uma mente simples e pura vê muito melhor e mais longe (ou mais fundo), que essas cabeças arvoradas.

Afinal esta sociedade não pretende implantar por todo lado um sistema Democrático em que todos tenham direitos iguais?! Então vamos a isso! Abaixo o ridículo uniforme de gravata e paletó! Abaixo essa corja de pedantes a soldo das grandes corporações, esses que são as verdadeiras rameiras que se vendem sem pudor aos interesses da ganância desmedida.

É tempo de arejar!

É tempo de CRESCER!!!

Pena só ter trazido uma Antarctica. Já tenho a garganta seca.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

DIVAGANDO

Todos nós aspiramos atingir algo na vida. Alguns almejam vários objectivos, outros se resignam com menos. Há ainda quem não encontre propósito na vida.

Olhando em redor, observando o mundo em que vivemos, por vezes a vida não faz muito sentido, pois os objectivos a que nos propomos e os modos que usamos para os alcançar não são coerentes. Almejamos a felicidade e rodeamo-nos de frustração e angústia. 

Um amigo certa vez me disse que "se não fazemos melhor foi porque não nos ensinaram". Sim, concordo com ele. Mas... E a nossa vontade intrínseca? Não basta remetermo-nos à nossa ignorância, usando-a como desculpa para não evoluir. Não foi desse modo que a Humanidade se desenvolveu. 

Não nos ensinam a pensar, mas podemos tentar aprender por nós, ou procurar quem nos ajude. A ignorância ostensiva é o grande travão da nossa qualidade de vida geral. Um povo inculto é um povo volúvel a todo o tipo de sevícias e manipulações oportunistas. Um povo inculto em nada melhora as suas condições de existência e persiste em condutas incovenientes e gravosas, tanto para ele como para terceiros.

Mas não basta frequentar a escola ou ter um canudo académico para se ser culto. O crescimento mental e espiritual de cada um depende de si mesmo, do seu esforço de evoluir, de transcender a rotina comezinha dum quotidiano atrofiante. E também transcender o cinismo e a arrogância.

quinta-feira, 26 de março de 2009

DUARTE

Chama-se Duarte. Nasceu ontem, 25 de Março. É filho dos meus sobrinhos David e Carina. 
É mais um cidadão europeu, com todos os privilégios a que esse estatuto dá direito.

Uma criança é responsabilidade de toda a sociedade. 
Lembro as tribos ancestrais, para quem uma criança era um tesouro para toda a tribo, respeitado e acarinhado por todos. 
Diziam esses antigos sábios que era necessário uma aldeia inteira para educar uma criança. Era e é, pois ainda assim continua sendo nos nossos dias de hoje, no nosso moderno mundo, em que também é necessário todo um mundo para educar uma criança; para o bem e para o mal.

Mas nem todas as crianças nascem iguais. Assim pudessem a grande maioria das crianças de todo o mundo, disporem de todas os cuidados e vantagens duma criança nascida no seio duma família de classe-média num país integrante da Comunidade Europeia, como é o caso do meu sobrinho-neto.

Duarte... Tens um lindo nome, que evoca um distinto monarca do teu país; D. Duarte de Portugal, o Eloquente, o Rei-Filósofo. Assim também brilhes tu em sabedoria e ventura!

domingo, 22 de março de 2009

INTELIGÊNCIA NA POLÍTICA

A recente mensagem de Noruz (Bom Ano Novo Persa) dirigida por Barack Obama à Nação Iraniana é uma prova de grande inteligência política, assim como uma demonstração de como deve ser feita a Nova Política.

O presidente, ou o monarca, duma nação é o representante do povo que constitui essa nação; é ele o rosto de todo um povo. Ao dirigir-se directamente ao povo iraniano Obama falava em nome do povo americano, como se os povos dialogassem entre si. Assim se faz política em verdadeira democracia; os políticos falando para o povo e não apenas em circuito fechado entre eles.

Diplomacia é inteligência na política. Quando essa diplomacia é feita partindo dum Chefe de Estado dirigindo-se directamente ao povo de outra nação, então essa é Diplomacia Democrática ao mais alto nível.

O político nunca deve esquecer a humildade de que está ao serviço dum povo e, num mundo que se constrói global, a política deve ser inclusiva. Todos devem ser olhados como membros integrantes duma comunidade universal e alvos do mesmo respeito e dignidade.

A Paz nunca foi, nem será, alcançada com armas. A Paz constrói-se com gestos de amizade e palavras de entendimento. Bravo aquele cuja ousadia leva a quebrar os maus hábitos e ensaia novos modelos; modelos de harmoniosa convivência.

Se a Tomada de Posse de Obama como Presidente dos USA foi um marco histórico universal, a sua mensagem de Noruz (Ano Novo Persa celebrado a 21 de Março) ao povo do Irão foi o início de uma Nova Era de fazer Política e de dirigir a Diplomacia.

sexta-feira, 20 de março de 2009

RUN FOR LIFE

Hoje dois amigos me enviaram um texto por email, cuja autoria estava atribuída ao jornalista João Pereira Coutinho  e ao qual não consegui ficar indiferente. Irei transcrevê-lo neste meu post, violando assim as minhas próprias regras de publicação, mas entendi ser necessário.

"A criança nasce, não numa família mas numa pista de atletismo, com as barreiras da praxe: jardim-escola aos três, natação aos quatro, lições de piano aos cinco, escola aos seis, e um exército de professores, explicadores, educadores e psicólogos, como se a criança fosse um potro de competição."

Isto me fez lembrar um documentário televisivo, a que assisti recentemente, sobre crianças sobre-dotadas e onde uma menina com grande aptidão para tocar piano, foi forçada a abdicar definitivamente do manuseio do seu instrumentos favorito, devido às constantes tendinites e consequentes deformações nos pulsos causadas pelos treinos intensivos a que os seus pais a estimulavam em vista a torná-la numa executante de sucesso.
Mas voltando ao texto de João Pereira Coutinho:

"Eis a ideologia criminosa que se instalou definitivamente nas sociedades modernas: a vida não é para ser vivida - mas construída com sucessos pessoais e profissionais, uns atrás dos outros, em progressão geométrica para o infinito.
É preciso o emprego de sonho, a casa de sonho, o maridinho de sonho, os amigos de sonho, as férias de sonho, os restaurantes de sonho."

Entretanto vamos nos esquecendo de viver. Esquecemo-nos de olhar em redor e desfrutar de tudo que de bom nos rodeia, e de contribuir com a nossa solidariedade para rectificar o que de mal encontramos.
Mas voltando a João Pereira Coutinho:

"Não admira que, até 2020, um terço da população mundial esteja a mamar forte no Prozac. É a velha história da cenoura e do burro: quanto mais temos, mais queremos. Quanto mais queremos mais desesperamos."

"A meritocracia gera uma insatisfação insaciável que acabará por arrasar o mais leve traço de humanidade. O que não deixa de ser uma lástima.
Se as pessoas voltassem a ler os clássicos, sobretudo Montaigne, saberiam que o fim último da vida não é a excelência, mas sim a felicidade!"

Que mais acrescentar? Creio que ele disse tudo.

sábado, 14 de março de 2009

VATICANO: TRONO DE ASSASSINOS

Foi o massacre dos Cátaros.

Foram as Cruzadas, com todo o seu historial de chacinas e pilhagens.

Foi a perseguição aos Templários, com a sua eliminação a fio-de-espada.

Foram séculos das atrozes e infames fogueiras do Santo Ofício da Inquisição, mais o seu perverso sistema das mais desumanas torturas.

Foi a metódica eliminação das estruturas sociais e culturais dos povos nativos das Américas Centrais e do Sul, de África, da Austrália... e mais mundo houvesse. Muitas vezes conivente com a escravização desses mesmos povos ou com a sua sumária eliminação.

Foi o silêncio cúmplice perante os horrores do holocausto nazi.

Foi o ignóbil auxílio na fuga dos criminosos nazis.

É o rol de casos de pedofilia, perpetrados alguns por altos dignatários da hierarquia católica, abafados e subtraídos impunes perante a justiça.

É a criminosa actuação da Igreja perante o flagelo da pandemia da SIDA no continente africano. Um verdadeiro genocídio por inacção perfidamente premeditada.

São as condenações e excomunhões à la carte, justificadas por um dogmatismo doentio e malévolo.

E tudo isso teve início na abolição dos ensinamentos de Cristo por esse tal Paulo de Tarso, cuja semente demoníaca perdura  no olhar cinicamente agoirento deste que agora se senta no chamado Trono de Pedro.


quinta-feira, 5 de março de 2009

SETE

Primeiro estava com falta de motivação para escrever. Depois pensei em escrever sobre o Vaticano. Então me ocorreu a ideia de escrever sobre o Príncipe Faudel e, comecei recolhendo dados. Mas ao assistir os noticiários televisivos desta noite a indignação falou mais alto e me impeliu a botar os dedos no teclado e deitar para fora a infame denúncia.

Neste país que se debate com uma profunda crise económica, em que todos os dias fecham empresas por falência, atirando para o desemprego milhares de funcionários, quase todos com salários em atraso. Onde uma das principais empresas exportadoras ameaça fechar e deixar no desemprego mais um milhar de trabalhadores.

Num país em que o cidadão comum se debate para manter com dificuldade os seus compromissos financeiros, retirando no orçamento da alimentação verbas para satisfazer as crescentes dívidas. Em que cada vez mais há os chamados novos-pobres, que são pessoas empregadas mas que não ganham o suficiente para suportar as despesas do quotidiano.

Num país em que o consumo decresce em todos os sectores, inclusivamente no automóvel, revelando a incapacidade do cidadão comum manter os seus níveis de vida normais. Eis que oiço a jornalista informando que apenas nestes dois (DOIS) primeiros meses do ano já se venderam 7 (SETE) Ferraris em Portugal. No mesmo período do ano passado apenas 2 (DOIS) Ferraris haviam sido vendidos.
Marcas como a Bentley e a Aston Martin não apresentam ainda algum decréscimo nas vendas.

!!!...!!!...!!!

Afinal onde está a crise? Afinal parece que a crise é benévola para alguns. Normalmente os parasitas são os que mais proliferam em ambientes de caos.

É o fim da ética, do pudor, da solidariedade. 

É o fim da vergonha!!! 

A sociedade da ganância no seu melhor!!!

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

SEXTA-FEIRA

Depois de ter vencido todos os atrozes rituais, plenos de crises de ansiedade e subterfúgios de procrastinação, lá consegui sair de casa para ir ao aeroporto, onde compraria a passagem para o meu futuro. 
Havia sol e a temperatura era amena, dir-se-ia um dia primaveril, não fosse estarmos em véspera de carnaval.

Chegado na paragem do autocarro (Br; "ponto de ónibus"), que me levaria até à estação onde apanharia o comboio (Br; "trem") para Lisboa, fiquei esperando, juntamente com um grupo de adolescentes. Uma jovem vestia um equipamento de futebol, entretendo-se com a bola enquanto tagarelava com os amigos e amigas que esperavam o transporte. A conversa era sobre colegas que eram gays ou não, mas sem nenhum tom recriminatório ou de troça; apenas a busca de identificação entre iguais. 

O trânsito automóvel passava num sentido e noutro, enquanto na paragem todos esperávamos o autocarro. 
E do nada aproxima-se uma adolescente, abraçando contra o peito uns compêndios escolares, dirigindo-se à menina futebolista. As duas se abraçam com ternura. A menina da bola segura a cabeça da outra entre as mãos, afagando-lhe o cabelo e, olhando-a nos olhos diz com doçura: "Oh, meu amor!" Beijaram-se e depois voltaram todos a conversar, enquanto a menina da bola retomou a troca de passes com outros colegas que estavam por perto.

Como era sexta-feira de carnaval, alguns dos rapazes estavam com roupas femininas e usavam perucas longas, que balouçavam estouvadamente enquanto eles corriam atrás da bola. Por vezes a menina futebolista vinha até à paragem e abraçava a sua namorada, dando-lhe um beijo rápido, para logo correr de volta ao jogo.

A espera começava a ficar longa, pois eu aguardava em pé. Então na esquina da rua surgiu a frente de... "O autocarro, amor!" gritou a jovem que esperava na paragem. A futebolista acorreu prontamente e as duas se abraçaram com a mesma ternura e se despediram com um beijo. Nova carícia nos cabelos da menina dos livros, que se voltou e entrou no autocarro, com os olhos brilhando de felicidade. Eu entrei também.
Lá fora a outra acenava e soprava beijos com a mão, até os outros a chamarem de volta ao jogo.

Percebi que nem todos os nosso jovens de hoje são preconceituosos.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

AUSENTE

Tem dias... tem momentos... tem períodos...

Por vezes sinto-me como se não soubesse de mim; quem sou, o que penso, o que sinto, o que quero.

O mundo torna-se um lugar estranho, vazio, sem sentido. 
Olho em volta e tudo é distante; mesmo aqueles que me rodeiam. Como se eu tivesse acabado de chegar de um outro mundo, longínquo e impossível de existir, sem nunca ter estado aqui, sem nunca ter sido quem sou.

Olho para mim como se olhasse alguém que encontrei pela primeira vez e de quem nada sei. 

E é um vazio... um poço sem fundo que se cava na alma, no qual eu não me acho.

Me questiono sobre o que faço aqui. Sobre quem sou. Sobre o que pretendo. Sobre o que me espera. E as respostas são difíceis de entender. Falam de coisas que eu sei, mas desconheço. Falam de alguém que vive em mim, mas não reconheço. Falam de uma recusa. Falam de um estranho que sou eu, de um outro que sou eu. Falam de mim... mas não sou eu. Não sei quem é esse eu.

Tem dias e dias continuados em que a depressão se apodera da minha alma e me deixa sem ser.

E nessas alturas eu não sei quem sou, nem como se vive. Eu não sei senão apenas respirar e tentar perceber a confusão imensa que me assola a mente, deixando-me prostrado, incapaz.
Eu fico... e espero... olhando tudo sem nada entender, olhando tudo sem nada ver... apenas, olhando o nada. Pois é de vazio e nada que então a minha vida se faz.

Quem sou eu? Onde estou?

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

DINHEIRO, FELICIDADE E NÉSCIOS

Todos os meus leitores em Portugal devem saber do caso, mas mesmo assim não quero deixar de aludir a este caso anedótico e surrealisticamente verdadeiro, não só para um breve comentário, mas para que os meus leitores não residentes neste país possam também reflectir sobre o episódio.

Há dois anos que 15 milhões de Euros esperam numa conta bancária a decisão judicial sobre o seu destino, entre dois contendores. E quem são estes?
Há dois anos um homem estava prestes a registar uma aposta no jogo do Euromilhões, quando recebe um telefonema da sua namorada para que apostasse mais 2 Euros que o habitual.
A aposta foi premiada com 15 milhões de Euros e os os amados passaram a odiar-se. Porquê?! Porque cada um reclama para si a propriedade do prémio.
O namoro terminou e o amor passou a ódio, que acabou por alastrar aos familiares de ambos.

Mais uma vez se pode perguntar se o dinheiro traz felicidade.
Eu digo sim, o dinheiro traz felicidade. Mas não a néscios!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

CARNIFICINA E HIPOCRISIA, NA EUROPA

Onde está a sacrossanta defensora do bem-estar das espécies animais e dos ecossistemas; a Greenpeace?

As Ilhas Faroé, são um arquipélago autónomo dentro da comunidade dinamarquesa, tendo rejeitado a sua inclusão na União Europeia. Possuem um parlamento e governo próprios, embora contem com um Alto-Comissário representante da Coroa Dinamarquesa.
Povo altivo e orgulhoso aspiram à independência total da soberania dinamarquesa, para serem donos e senhores dos seus destinos. Enfim, os nacionalismos isolacionistas arrogantes ainda não se extinguiram.

Mas até aí tudo bem... não fora a usual persistência em tradições obsoletas senão mesmo abjectas.

Anualmente bandos de baleias-piloto, também chamados de baleotes - que embora sendo golfinhos recebem essas designações devido às suas proporções invulgarmente grandes para golfinhos - dão à costa nas praias das Faroé. Tal circunstância é utilizada pelos indígenas para levarem à prática uma tradição de ritual de iniciação dos jovens à maioridade, que consiste em chacinar o maior número de cetáceos numa orgia de sangue e selvajaria. O mar fica vermelho de sangue e os corpos brutalmente mutilados dos amistosos cetáceos amontoam-se na orla rochosa.

Todos os anos o macabro ritual se repete e todos os anos circulam discretamente as fotos da barbárie. Mas espanto meu; em nenhuma das fotos se vêem activistas da sacrossanta Greenpeace, intervindo em protecção dos cetáceos, nem de outras organizações defensoras da preservação dos animais.

Lendo sobre os usos e costumes da cultura das Faroé descobri que a baleia-piloto não faz parte de nenhum dos alimentos típicos da sua gastronomia, pelo que eles não estão caçando para se alimentar. Isso só me leva a concluir que o fazem apenas pelo prazer sanguinário da chacina na afirmação duma pseudo virilidade e arrogante autonomia, sintomática em ilhéus sob o complexo de inferioridade.

Mas como o povo das Faroé despreza a Europa e a sua União, assim essa mesma União faz vista grossa ao que se passa debaixo do seu nariz, mas tem logo um ferrete apontado quando se trata da caça à baleia por parte dos japoneses que, esses sim, têm a carne de baleia como uma iguaria tradicional da sua gastronomia.
Não estou defendendo os exóticos hábitos alimentares dos japoneses, mas me parece notável que a celeridade com que tantos meios se levantam condenando e mediatizando as suas práticas, não se vejam quando se trata dum costume tão infame ocorrente mesmo no coração da modelarmente civilizada Europa.

Nota: Este post foi-me sugerido por umas fotos que o meu amigo V. Brito me enviou, mas que eu me abstenho de publicar devido à enormidade do horror, que não pretendo de modo nenhum se torne pasto de voyeurismos sórdidos.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

O MEU LUGAR

Eu não pertenço aqui!

Não é meu um mundo em que os pais instruem e acicatam os filhos, ainda crianças, para se matarem por um fanático ideal pseudo-religioso.

Não é meu um mundo onde uns ostentam uma obscena riqueza, indiferentes à fome que mina a vida dos seus vizinhos.

Não é meu um mundo em que se age indiferente às consequências dos seus actos, apenas porque cada um se acha senhor da razão.

Não é meu um mundo em que os mais carecidos são olhados com indiferença e desprezo, sendo tidos como empecilho para o resto da sociedade.

Não é meu um mundo em que todos preguiçosamente esperam que o Estado faça tudo, mas depois pretendem limitar a acção do Estado.

Não é meu um mundo em que todos tentam ludibriar a lei, mas exigem que os outros sejam punidos por não cumprirem a lei.

Não é meu um mundo onde os valores materiais estejam acima da ética. E onde todos se escravizem para sustentar um consumismo doentio e irracional.

Não é meu um mundo onde uma moral duvidosa esteja acima da felicidade do indivíduo.

O meu mundo é outro.

O meu mundo não tem fronteiras, nem limites.

O meu mundo não tem proibições, nem abusos.

O meu mundo não tem os uns e os outros.

O meu mundo tem Amor e Bonomia.

O meu mundo não tem forma neste mundo. Ele fica Além...

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

VENDO TV: OBAMA

Foi uma longa maratona televisiva, que eu fiz questão de acompanhar o mais integralmente possível, pois não é todos os dias que podemos testemunhar directamente um momento relevante da História da Humanidade; a Tomada de Posse do 44º Presidente dos Estados Unidos da América. E gostei! 

Gostei do que vi; a adesão completa duma população heterogénea e disposta a participar na construção da História duma Nação. Gostei do discurso dum homem com ideias claras e abrangentes sobre a realidade humana actual e a nossa responsabilidade perante o nosso destino e do planeta em que vivemos.

Foram horas de emissão em directo, intervenções de jornalistas, posicionados localmente e de comentadores em estúdio, além dos inúmeros replays até à saturação. A tudo procurei dar a minha melhor atenção. E no final o que me ficou registado mais indelevelmente foi uma questão desafiadora posta por Ricardo Costa: "Será que em algum país da Europa algum negro conseguiria ser eleito Presidente da República?"

Sorri, com algum cinismo, sabendo bem a resposta. "Não!" A civilizada Europa, a modelar Europa, a vetusta Europa, a historicamente centralizada Europa não está à altura de tal desafio. A Europa ainda vive atafulhada nos obscuros pergaminhos da sua auto-bajuladora História. E dessa, muito mal contada e transfigurada, História ainda subsiste a sua mal-disfarçada xenofobia e o seu dissimulado racismo.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

BLOOD ON THE ROOFTOPS

"The Arabs and the Jews boy (too much for me)
They get me confused boy (puts me off to sleep)"
Blood on the Rooftpos, Steve Hackett/Genesis em 1976.

Passados 32 anos ainda a letra desta canção, infelizmente, mantém a mesma actualidade. 
Quantas décadas ainda lamentaremos o infame conflito israelo-palestiniano?

Quantas décadas ainda nos confrontaremos com infames imagens de crianças-soldado nas guerras tribais africanas?

Quantas décadas ainda assistiremos ao infame caos social e humano imposto pelos senhores da guerra na Somália?

Quantas décadas ainda durará essa infame guerra infamemente ignorada pelos media no Sri Lanka? A guerra que, entre todas as actuais, à mais tempo decorre, com tantas vítimas inocentes no fogo cruzado e nos atentados terroristas, de que ninguém fala pois não interfere nos preços do petróleo e não põe em causa a segurança, infamemente cobarde, do civilizado mundo ocidental.

Quantas décadas ainda assistiremos à infame profliferação das infames favelas e ao infame modus vivendus a elas associado, nas grandes metrópoles de toda a América Latina?

Quantas décadas ainda viveremos sob o infame terror dos infames atentados terroristas de fanáticos que se arrogam agir em nome duma qualquer religião ou dogma, para atingir seus fins assassínos e odientos?

Quantas décadas ainda teremos de assistir à infame supremacia da estupidez e ignorância ostensiva em nome de tradições e culturas cristalizadas em milénios de imobilismo?

Quantas décadas ainda de estupidez? 
Quantas décadas ainda de estupidez?? 
Quantas décadas ainda de estupidez???