sábado, 14 de fevereiro de 2009

AUSENTE

Tem dias... tem momentos... tem períodos...

Por vezes sinto-me como se não soubesse de mim; quem sou, o que penso, o que sinto, o que quero.

O mundo torna-se um lugar estranho, vazio, sem sentido. 
Olho em volta e tudo é distante; mesmo aqueles que me rodeiam. Como se eu tivesse acabado de chegar de um outro mundo, longínquo e impossível de existir, sem nunca ter estado aqui, sem nunca ter sido quem sou.

Olho para mim como se olhasse alguém que encontrei pela primeira vez e de quem nada sei. 

E é um vazio... um poço sem fundo que se cava na alma, no qual eu não me acho.

Me questiono sobre o que faço aqui. Sobre quem sou. Sobre o que pretendo. Sobre o que me espera. E as respostas são difíceis de entender. Falam de coisas que eu sei, mas desconheço. Falam de alguém que vive em mim, mas não reconheço. Falam de uma recusa. Falam de um estranho que sou eu, de um outro que sou eu. Falam de mim... mas não sou eu. Não sei quem é esse eu.

Tem dias e dias continuados em que a depressão se apodera da minha alma e me deixa sem ser.

E nessas alturas eu não sei quem sou, nem como se vive. Eu não sei senão apenas respirar e tentar perceber a confusão imensa que me assola a mente, deixando-me prostrado, incapaz.
Eu fico... e espero... olhando tudo sem nada entender, olhando tudo sem nada ver... apenas, olhando o nada. Pois é de vazio e nada que então a minha vida se faz.

Quem sou eu? Onde estou?

3 comentários:

Serginho Tavares disse...

Eu tenho as respostas:
Você é o amor da minha vida e está longe de mim, mas é provisório pois em breve nos reencontraremos.












[te amo]

São disse...

És um ser humano e estás entre iguais!

Um apertado abraço.

SILÊNCIO CULPADO disse...

ManDrag

É um texto excelente e cheio de interrogações. Quem as não sentiu em algum momento? Porém não deve haver continuidade nas interrogações. Quem é capaz de escrever um texto tão profundamente humano tem em si próprio o sentido escondido que anda a procurar.
Quanto amor é possível quando se está perdido? Talvez por isso mesmo há que continuar. A vida tem sentido e tu vais-te encontrar.

Abraço