domingo, 21 de março de 2010

DOMINGO DE PRIMAVERA

Num Domingo de Primavera, com sol e sem história. Ao som de bom velho Hard Rock (Deep Purple, Led Zeppelin, Black Sabbath, Uriah Heep, Jethro Tull, ZZ Top, Nazareth, The Who, Queen...)e curtindo a mesma depressão de sempre... fico longe da paranóia da vida urbana desta sociedade de consumo, aqui fechado no meu recanto, sombrio e resguardado.

Na Tv mostram um documentário sobre voluntariado num miserável bairro de barracas numa das super povoadas e ricas cidades indianas, em que a refeição que as crianças tomam na escola será a única durante todo dia. E como podem dizer que a Índia é uma das mais florescentes economias mundiais e um dos motores de desenvolvimento económico da Ásia?

Carlos Slim Hélu é o homem mais rico do mundo, com 53,5 mil milhões (bilhões) de Dólares Americanos. Eu pasmo com isto! Num país onde há tanta fome e miséria, de onde milhares de habitantes fogem, arriscando a vida ao tentar melhor sorte emigrando ilegalmente por todos os modos, para os vizinhos USA, como pode alguém se vangloriar de ter uma tão obscena fortuna pessoal? É certo que o senhor Carlos Slim contribui com grande parte da sua fortuna para fins filantrópicos, tanto em acções de índole social como cultural. Mas mesmo assim acho inconcebível que alguém movimente uma fortuna pessoal superior ao orçamento de estado de muitos pequenos países.

Muito tenho ouvido falar sobre o sono. Vive-se a obsessão da acção. É preciso fazer! É preciso mostrar capacidades! É preciso mostrar resultados! É preciso alcançar metas! Tempo é dinheiro! Uma carreira de sucesso é uma vida realizada! Agir! Estar atento! Estar desperto! Parem!

Parem!!!...
Vamos pensar um pouco. Vamos pensar em nós. Vamos pensar que somos humanos e que estar vivo é já em si um motivo de felicidade. A felicidade não é um prémio no final duma corrida desenfreada sem olhar a quem nem a como. Para que queremos nos rodear de tanto conforto e qualidade material de vida, se depois vivemos como uns paranóicos dementes, escravizados por ideais completamente alucinados?

E no meio de toda esta loucura urbana e consumista perdemos o sentido do que é a vida de um organismo humano. Até perdemos a noção do que é o sono e de como se dorme. E se a existência urbana já é doentia e nociva, um pernicioso desleixo com as prioridades do ócio e descanso, torna-se perigosamente grave.

Não somos máquinas! Somos pessoas! Vivamos como tal!!!

E num domingo de sol eu continuo fitando a estrada em frente... a estrada que leva ao futuro.

4 comentários:

Serginho Tavares disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Serginho Tavares disse...

Seu futuro é aqui!
E por estes lados como bem sabes também temos nossos milionários em um país de miseráveis. E ainda dizem ser o país do futuro?

Amo te

São disse...

Essa riquezas que te espantam aparecem do sofrimento e da exploração de pessoas que subvivem nesta sociedade consmista onde, como dizes, já não há tempo para nada.

Enfim...

Bons sonhos ...de futuro.

Leandro Cordeiro disse...

Enquanto alguns esbanjam de suas fortunas egoístas pessoais, outros padecem de sua miséria social!

Excelente visão crítica! Como sempre, nota 10 à sua escrita!