Tivemos um convívio mais próximo quando ela era ainda criança e eu um jovem receoso de não saber lidar convenientemente com a sua diferença e de algum modo poder melindrá-la. Mas o seu sorriso era sempre reconfortante.
Muitos anos depois (uns vinte anos depois) eu seguia pelo Rossio (enorme praça no Centro de Lisboa) eu ouvi um grito: Mãe, olha o Manuel!!!" Eu estaquei, pois aquela voz sobressaltou toda a minha memória. Olhei em volta e lá estava aquele sorriso aberto e maravilhoso. Uma jovem puxava pela mão da sua mãe, que hesitava confusa, acabando por se render a um espanto quando me aproximei: "Olha, és mesmo tu Manuel! Como ela te reconheceu logo ao fim de tantos anos de ausência!" A Olguinha era um sorriso imenso que se expandia para além da praça... da própria cidade!
As pessoas com Síndrome de Dawn foram os humanos mais ternos e carinhosos que já conheci. Autênticos anjos que iluminam o nosso mundo e as nossas vidas (as vidas daqueles que têm a felicidade de poder conviver com eles quotidianamente).
Dedicatória: Para a Olguinha e todos os outros anjos como ela, dedico este meu testemunho de amor e amizade.
3 comentários:
Tive em sla , quando trabalhava no directo, uma menina com o Síndroma de Down: não era muito risonha nem muito aberta, mas essa suavidade de uqe falas estava presente.
Deixo o meu terno abraço para ela e para todas as crianças diferentes(que se tornam adultas, necessário não esquecer) .
Para ti, as minhas saudades.
São sempre os mais ternos. Quando trabalhei com crianças no ano passado era sempre um prazer estar com eles sempre nos enchendo de MUITO amor!
Beijos meu amor
E são mesmo. Todas as vezes que tive a oportunidade de estar entre eles, foram momentos de extrema ternura e mais um monte de coisas que não sei explicar.
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