“Uma imagem vale mil palavras.”
A imagem da vida por estas
coordenadas. Até uma simples campainha de porta tem de estar protegida por uma
grade, trancada a cadeado. C’est la vie à Brasil!
O que será mais precioso? Será
que ainda resta algum reconhecimento de valores? Muitas questões e poucas
respostas.
É isso! Este meu texto também se
poderia chamar: Respostas. Tal como nas situações mais banais, as grandes
questões da vida recebem o mesmo tipo de respostas: inapropriadas e
inconclusivas.
- Quem é?
- Sou eu!
É a resposta mais comum quando
alguém toca à campainha da porta e lá dentro de casa, alguém tenta certificar-se
sobre a identidade da pessoa que pretende adentrar. Mas claro que é um “eu”.
Todos somos um “EU”, cada um de nós. Só que o que se pretende saber é o nome –
A IDENTIDADE – desse “eu”. Será assim tão difícil de entender?
Não faz muita diferença das
respostas demagógicas que os políticos dão para tentar empurrar, com a barriga,
as péssimas condições de existência dos cidadãos. Só que a mesma dormência
letárgica que o povo apresenta perante esse discurso falacioso, é a mesma que
leva alguém a responder “sou eu” quando o que o outro pretende saber é em que
se define esse eu.
“Ah! Não tem nada a ver!” me
dirão. Porque não é a mesma coisa.
Eu lhes mostro como é a mesma
coisa: enfiem dois dedos num certo orifício anatómico ao fundo das costas e
depois, de os deixarem lá algum tempo, retirem-nos e cheirem um de cada vez.
Cheiram o mesmo né? Ora aí está como é o mesmo!
O mesmo é a indiferença. O mesmo
é a apatia. O mesmo é seguir na mesma rotina maquinal e acéfala, sem se dar
conta que o dito “eu” vai perdendo sentido e passando a ser uma circunstância
amorfa caminhando por uma existência sem propósito. Sim, talvez seja por isso
que esse “eu” não tenha necessidade de ter um nome, pois em nada se
diferenciará dos milhões de “eus” que se resignam a um estar-sem-ser, num mundo
idealizado para apenas alguns “serem”.
Então porque prover e garantir segurança a não-eus? Deverá
ser essa a macabra filosofia com que se justificarão os governos e os
criminosos, para a ausência de valores e de ética.
- Quem é?
- Sou eu!
- Aqui também sou eu! Eu quero
saber é o nome desse EU aí!!! Será muito difícil dizeres a porra do teu nome???
Ou preferes mesmo ficar aí, secando à porta?
2 comentários:
Me irrita essas pessoas que não se identificam, que não se assumem, que não tomam posicionamentos...
para um distraído
não existe errado
tampouco o certo
apenas vidros
:
[contém 1 beijo]
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