segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

CARNIFICINA E HIPOCRISIA, NA EUROPA

Onde está a sacrossanta defensora do bem-estar das espécies animais e dos ecossistemas; a Greenpeace?

As Ilhas Faroé, são um arquipélago autónomo dentro da comunidade dinamarquesa, tendo rejeitado a sua inclusão na União Europeia. Possuem um parlamento e governo próprios, embora contem com um Alto-Comissário representante da Coroa Dinamarquesa.
Povo altivo e orgulhoso aspiram à independência total da soberania dinamarquesa, para serem donos e senhores dos seus destinos. Enfim, os nacionalismos isolacionistas arrogantes ainda não se extinguiram.

Mas até aí tudo bem... não fora a usual persistência em tradições obsoletas senão mesmo abjectas.

Anualmente bandos de baleias-piloto, também chamados de baleotes - que embora sendo golfinhos recebem essas designações devido às suas proporções invulgarmente grandes para golfinhos - dão à costa nas praias das Faroé. Tal circunstância é utilizada pelos indígenas para levarem à prática uma tradição de ritual de iniciação dos jovens à maioridade, que consiste em chacinar o maior número de cetáceos numa orgia de sangue e selvajaria. O mar fica vermelho de sangue e os corpos brutalmente mutilados dos amistosos cetáceos amontoam-se na orla rochosa.

Todos os anos o macabro ritual se repete e todos os anos circulam discretamente as fotos da barbárie. Mas espanto meu; em nenhuma das fotos se vêem activistas da sacrossanta Greenpeace, intervindo em protecção dos cetáceos, nem de outras organizações defensoras da preservação dos animais.

Lendo sobre os usos e costumes da cultura das Faroé descobri que a baleia-piloto não faz parte de nenhum dos alimentos típicos da sua gastronomia, pelo que eles não estão caçando para se alimentar. Isso só me leva a concluir que o fazem apenas pelo prazer sanguinário da chacina na afirmação duma pseudo virilidade e arrogante autonomia, sintomática em ilhéus sob o complexo de inferioridade.

Mas como o povo das Faroé despreza a Europa e a sua União, assim essa mesma União faz vista grossa ao que se passa debaixo do seu nariz, mas tem logo um ferrete apontado quando se trata da caça à baleia por parte dos japoneses que, esses sim, têm a carne de baleia como uma iguaria tradicional da sua gastronomia.
Não estou defendendo os exóticos hábitos alimentares dos japoneses, mas me parece notável que a celeridade com que tantos meios se levantam condenando e mediatizando as suas práticas, não se vejam quando se trata dum costume tão infame ocorrente mesmo no coração da modelarmente civilizada Europa.

Nota: Este post foi-me sugerido por umas fotos que o meu amigo V. Brito me enviou, mas que eu me abstenho de publicar devido à enormidade do horror, que não pretendo de modo nenhum se torne pasto de voyeurismos sórdidos.

4 comentários:

Serginho Tavares disse...

Que absurdo isso e depois o GREENPEACE tanto recrimina os japoneses.
É lamentável que isso ocorra e mais lamentável ainda que ninguém faça nada!











[te amo]

JOY disse...

Boas ManDrag

Desconhecia por completo esta sanguinária tradição dos habitantes das Ilhas Faroe, e é realmente estranho que tamanho atentado aos direitos dos animais não tenha ainda sido alvo de um alerta internacional por parte das organizações ditas protectoras do ambiente com a Greenpeace á cabeça.

Um abraço
Joy

Leandro Cordeiro disse...

Olá querido, saudações...

Desconhecia completamente essa barbaridade! Estou chocado!

São disse...

Se há quem defenda o enterramento em vida das ditas crianças-sem-alma... que se pode esperar?!

Soidades.