A frequência dum estabelecimento de ensino pode ser algo deveras traumatizante. A aspereza do sistema que impõe metas que para os mais novos fazem muito pouco sentido, ou sentido nenhum. A brutalidade dos ritmos de horários que nada têm de natural. A opressão a vários níveis, que castram a criança e o jovem em busca duma iniciação ao relacionamento social. Enfim, a própria violência crua dos seus congéneres juvenis, que os mais sensíveis acabam por não conseguir evitar e suportar.
O sistema educativo não está pensado para a formação de seres humanos naturais, mas para a formatação de elementos integrantes dum sistema produtivo/consumidor. E aqueles que acabam por se verem excluídos dessa formatação... bem, esses são os eternos desenquadrados da vida. Muitos deles talentosas almas incapazes de entenderem, desenvolverem, implementarem e divulgarem os invulgares dons que entorpecidamente esperam a hora de desabrochar. Hora essa que na quase totalidade dos casos nunca chega, ou chega perante uma plateia incapaz de reconhecer a sua utilidade e genialidade.
E são olhados com desconfiança e o inevitável preconceito. Apelidados de todos os defeitos, que não o são. Desde tolos, vadios, inúteis, preguiçosos, ..., todos os epítetos mais depreciativos lhes são atribuídos. E levam toda uma vida procurando um lugar que sempre lhes será negado; apenas porque não são como os demais. E não o são pois não conseguem deixar de ser humanos para passarem a ser umas coisas amestradas no sistema produtivo.
5 comentários:
Estamos vivendo o "admirável mundo novo" de Aldous Huxley
excelente texto amor
como sempre
amo te
UM OLHAR REALISTA E CONSTRUTIVO SOBRE A SOCIEDADE, E NOMEADAMENTE A JUVENTUDE, NUMA PERSPECTIVA INTERACTIVA! UM OLHAR SOBRE QUEM QUEM OLHA. E A TUA CLARIVIDÊNCIA!
PARABÉNS, AMIGO!
Orlando
O sistema educacional, mais reprime que liberta!
Gostei da visão!
Um lúcido texto, com observações muito certeiras.
Um abraço.
Enviar um comentário