Perante as políticas centralizadoras deste governo, começo a entender a ideia de que para lá de Lisboa o resto do país é um deserto.
Há indicadores preocupantes na política portuguesa de que nem tudo é tão claro e transparente quanto deveria ser em democracia. Não acredito que néscios cheguem ao poder em parte alguma e isso me induz a ficar mais de sobreaviso.
Agora querem garrotar Lisboa com um paredão de contentores. Ãh?!!!...
Vão-se gastar milhões numa extravagante obra de malabarismos múltiplos, envolvendo várias vertentes. Entre as quais mais um túnel junto ao rio, em solos permeáveis!!! Bem se poderia direccionar essas verbas para a beneficiação patrimonial arquitectónica da cidade, tão mal tratada e descurada.
Lisboa tem potenciais turísticos como muito poucas cidades. Porque não aproveitá-los e dinamizá-los, em vez de insistir em políticas terceiro-mundistas de industrialização centralizada?
Afinal para que serve o porto de Sines??? Porque não enviar para lá os contentores e desenvolver uma rede ferroviária nacional inclusiva (uma rede que facilitasse o acesso ferroviário a todas as regiões do país, tanto para pessoas como para mercadorias)?
No mínimo seria mais ecológico que esta política do asfalto, deliberadamente exterminadora das vias ferroviárias tradicionais remanescentes. Já para não falar no impulso que tal medida daria ao desenvolvimento económico do Alentejo (coisa que aquela monstruosa aberração da barragem do Alqueva não fez, nem fará).
Os militares estão descontentes com as suas condições contratuais. E oiço um sénior militar (um ainda remanescente dos apelidados Capitães de Abril) afirmar que não se passa nada com os militares, uma vez que eles fizeram o 25 de Abril , que possibilitou a democracia e que jamais os militares iriam por em causa a integridade dessa democracia. Sim, meu caro, mas não foram estes militares de hoje que fizeram o 25 de Abril à 34 anos (muitos deles ainda nem tinham nascido). Já para não falar nas razões que motivou o levantamento dos capitães... cala-te boca!
As forças armadas portuguesas deixaram de ser uma incorporação forçada de campónios incultos. Os militares agora são profissionais. A mim parece-me que há aí uma pequena diferença. Não acham?
A Assembleia da República repudiou a discussão da regulamentação dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo, invocando o Partido dominante e dominador, haverem outros assuntos sociais mais prementes a discutir e resolver de âmbito geral. Mas depois só oiço falar em Magalhães para cá e Magalhães para lá. Tendo-se chegado ao cúmulo (que vergonha eu teria se me considerasse português!) de o Primeiro Ministro armar em vendedor de banha-da-cobra, aproveitando uma cimeira internacional, onde era suposto debater-se assuntos de suma importância e que muito preocupam todo mundo, para fazer uma sessão de propaganda do Magalhães.
Como diria qualquer um dos meus amigos brasileiros: HAJA CU!!!
4 comentários:
ManDrag
Portugal em Lisboa e Lisboa deserta perante a enchente que nos subúrbios sobrevive em luta pela manutenção da vida.
Há que pensar no país como um todo, e não o resumir a uma parte, que inacessível à maioria, permanece, sem rumo.
Temos costa, temos Sol, temos, porque temos e esquecemos diariamente a possibilidade de aproveitar, o tão pouco que temos e que é tanto, por tantos motivos.
Abraço-te ManDrag
gostei! de te ler, um abraço em forma de beijo
Salve! Paulo
Pois é, meu amigo, não basta possuir todos os recursos, é necessário saber geri-los. E saber valorizá-los.
O meu estreito abraço.
Salutas!
Salve! Lnu Ramarago
Boa surpresa te encontrar por aqui!
Gostei dessa, um abraço em forma de beijo também para ti e o restante aquartelamento.
Salutas!
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