Porque choras, soldado... irmão?
Pela partida dos Deuses traídos?
Pela memória longínqua dos teus sábios ancestrais?
Pelo pó levantado na voracidade daqueles que escavam a dignidade da tua herança ancestral?
Reduzida à ruína duma grotesca caricatura
A lembrança duma Democracia que nunca foi de todos.
Que vazio tenebroso os teus olhos não enxergam à distância, mas adivinham?
O fim da glória duma civilização que se pretendeu exemplar
Mas que se afunda na infâmia da vilania sem regras ou pudor.
Que ânsia e que esperança restam no teu olhar fito no Além?
Que Luz é essa que a tua juventude órfã anuncia?
A Eterna Beleza que os Deuses inspiram e aos mortais apenas resta acalentar.
Poema possível ao Requiem duma Hélade prostrada e humilhada.
A música é uma canção tradicional grega arranjada por Vangelis e cantada por Irene Papas. Fala da bravura de quarenta gregos que enfrentaram os invasores otomanos e recuperaram uma das suas cidades.
5 comentários:
Ancestralidade mãe!
Lindo. lindo e LINDO!
Hécuba e Eurípedes ficariam felizes!
Bjs
Um poema belíssimo, forte e ncessário. Muito necessário!
Parabéns, Irmão!
Mais uma vez coincidimos, pois eu também coloquei no "são" a foto deste jovem e sofrido grego.
Um abraço enorme.
Realmente, sábias palavras!
A democria de facto nunca foi real, pelo menos não no "berço" da democracia, que é a Grécia.
Mas as crises passam.
:)
Isso se estende a tantas civilizações. 'Chorar pela memória dos nossos sábios ancestrais' me marcou demais. É algo que me remete a um futuro ainda menos glorioso.
Achei sua postagem emocionante.
Queridão, eu que peço desculpaas pelo sumiço. Tive um problema sério na lomber e venho fazendo sessões e sessões de fisio e de RPG.
Bjaum.
Ah, estou adorando o som da Irene Papas.
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