quarta-feira, 13 de agosto de 2008

ENTERRANDO DINHEIRO

Mais uma estúpida medida faustosamente anunciada por este patético governo de Portugal.
58 milhões de euros (custo previsto na apresentação pública da obra; pois no final acabam sempre por se acumularem as derrapagens financeiras) para a construção de 220 metros de metro (sim, aquele tremzinho que corre debaixo de terra que nem minhoca) em Lisboa. Chamo a isto enterrar dinheiro!

Há que melhorar o serviço de transportes colectivos da capital portuguesa, concordo e apregoo veementemente. Mas o metro de Lisboa (embora seja eu um cliente assíduo e a que dou preferência) é a solução mais estúpida para os problemas de mobilidade da cidade. É debochadamente caro e não resolve o principal problema: o excesso de viaturas, circulando pelas congestionadas artérias de uma cidade velha, que tenta a todo custo, com alguns remendos de cosmética pacóvia, modernizar-se.

Numa cidade com a topografia de Lisboa, com a sua distribuição demográfica e organização (maldosamente diria desorganização) urbana, com o seu valioso património monumental (tão ultrajantemente votado ao abandono), com o singular e irregular traçado das suas ruas e avenidas (em muitas zonas com um pitoresco tão peculiar e turisticamente apelativo), a preferência deveria ir sempre para o metro de superfície. E isso por inúmeras vantagens, das quais apenas aludirei algumas:
- Seria imensamente mais barato.
- Ao ser mais barato possibilitaria o investimento numa rede muito maior e logo geograficamente mais abrangente.
- Forçaria a uma rigorosa disciplina da circulação rodoviária. Ajudando à eliminação da anarquia de estacionamentos irregulares e trânsito caótico.
- Teria a possibilidade de alcançar as zonas das colinas históricas (fora do alcance do metro subterrâneo) servindo assim tanto as populações locais como o acesso fácil ao turismo. Induzindo uma posterior revitalização e desenvolvimento dessas que deveriam ser as zonas historicamente nobres da cidade.
- Reduziria o recurso ao transporte colectivo rodoviário urbano, ajudando assim a uma substancial redução de emissões de gases poluentes.
- Permitiria uma acessibilidade mais fácil a utentes com variados tipos de incapacidades

E por aqui me fico. Se as entidades interessadas quiserem saber mais, eu estou disponível a discutir montantes de subvenção por acessoria.

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