terça-feira, 12 de agosto de 2008

EQUILIBRIUM STRATEGICUS

De novo os poderosos marcam posições, recorrendo para tal à avidez de poder dos pequenos títeres sedentos de protagonismos.

Desta vez coube ao Presidente Mikhail Saakachvili da Geórgia, exibir o seu fanfarronismo narcísico ao tentar a imposição, pela força, da sua soberania sobre a Ossétia do Sul. Como sempre, nestes casos de soberanias regionais, vêm acima as diásporas étnicas e as suas rivalidades. E tudo serve de pretexto para tudo.

Putin aproveita para reafirmar a sua imagem do Guardião do Espírito da Mãe Rússia, logo acudindo às minorias russas instaladas na região, assim como aos seus aliados ossétios. E de caminho aproveita para reposicionar e fortalecer a estratégia logística russa na região.
O mundo tremeu, recordando ainda o recente passado que foi a continua tensão da guerra-fria na segunda metade do século transacto. Mas a montanha pariu um rato.

Bush mostrou a sua completa fragilidade política, com que irá abandonar a Casa Branca, lendo um opúsculo (aquilo não era um discurso) em que mal disfarçava a sua debilidade de moral política e a sua incapacidade de intervenção, atrás dum frouxo pedido de contenção aos russos.
Os arrogantes USA, designados como única potência mundial pós guerra-fria, revelaram a sua presente incapacidade, provocada pelo desgaste de tantos dislates em política geo-estratégica, em que a pretexto de tudo ou nada se recorreram da sua superioridade em tecnologia bélica.

Novas forças se levantam. E não são necessáriamente forças bélicas. Novos interesses e novos poderes se afirmam. O mundo político começa a redefinir novos equilíbrios de forças e novos jogadores se posicionam.

Contudo um padrão dá mostras de prevalecer, infelizmente; o de que todos esses jogos de poder são executados à custa do sangue e lágrimas dos inocentes.

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