segunda-feira, 18 de agosto de 2008
VENDO TV: DESLEIXOS OLÍMPICOS
Tem-se assistido a péssimas prestações dos ateletas portugueses no decorrer destas olimpíadas, muitos deles e delas com resultados muito inferiores aos seus próprios mínimos de apuramento para integração da representação portuguesa. E, de modo geral, o motivo por trás de tais desastrosas presenças em arena tem um mesmo fundamento; iníbição perante as multidões assistentes.
Eu até entendo os atletas (como justificarei adiante), embora não os desresponsabilize da falta de brio e bom-senso com as afirmações tolas (no mínimo) aos orgãos da imprensa. Cúmulo dessas afirmações foi a daquele jovem anafadinho que se queixava do seu infortúnio por terem marcado a prova dele para de manhã, altura em que ele «costuma estar na caminha» (afirmação sua).
O quê??? Mas atleta olímpico dorme toda manhã na cama? Não é suposto atleta olímpico ter uma agenda de trabalhos de treinamento para o manter em forma sempre que dele se exija o seu melhor desempenho? Aí a responsabilidade não é apenas do atleta, mas do seu supervisor técnico principalmente.
Mas voltemos às multidões. Na verdade o estádio olímpico «Ninho de Pássaro» é algo de grandioso e que, devido à sua arquitectura muito própria, cria um grande elo anímico entre público e atletas (e isso é deveras avassalador). Até sobre esse aspecto o estádio é uma obra-prima da arquitectura actual.
É natural que atletas habituados a prestarem provas perante estádios vazios de público (não contando como é óbvio com os familiares e as equipas técnicas de apoio), como são os portugueses em eventos de atletismo, sintam alguma inibição perante o gigantismo dum público olímpico.
Contudo a mim parece-me que essa falha tem raiz numa deficiência mais profunda e, começa muito mais cedo.
Desde pequenos não somos habituados a enfrentar o público. Nas escolas (instituição por excelência para a integração do indivíduo com o meio social) não são incentivadas palestras individuais em que os oradores (cada aluno por sua vez), defendesse uma intervenção oral, de temática à sua escolha, perante a restante turma. Palestras essas que depois deveriam ser transferidas progressivamente para plateias mais amplas, como as dos anfiteatros escolares onde se reuniriam todas as turmas do mesmo ano e, mais tarde ainda, todos os alunos da escola.
Isso não apenas serviria para o jovem ir ganhando auto-confiança e desinibição, como também o prepararia melhor para PENSAR e defender as suas ideias.
Não adianto mais o tema. Embora houvesse muito mais a dizer. Deixo apenas estas conjecturas à vossa consideração e reflexão.
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2 comentários:
Não deixas de ter razão, no entanto a maioria dos estádios criam, há muito tempo, essa pressão sobre os atletas.
E não foi por acaso que o nazismo realizava os seus comícios e desfiles em estádios.
Só que deveria haver, por exemplo, em todo o sistema educativo grupos de debate para preparação das gerações mais jovens tanto a nível de argumentação como de enfrentamento de audiências.
Mas em Portugal acha-se mais conveniente permitir à televisão pública gastar 20 milhões de euros na transmissão de josgos de futebol!!
Fica bem.
Salutas! São
Pois é, as prioridades neste país parecem estar um pouco às avessas daquilo que o bom juízo aconselha.
E acabamos por voltar sempre ao mesmo: o sistema Educacional e o modo como está pensado e implementado.
Salutas!
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