Deolinda - Parva que sou
Música e letra: Pedro da Silva Martins
Sou da geração sem remuneração
e não me incomoda esta condição.
Que parva que eu sou!
Porque isto está mal e vai continuar,
já é uma sorte eu poder estagiar.
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
Que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.
Sou da geração ‘casinha dos pais’,
se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou
Filhos, maridos, estou sempre a adiar
e ainda me falta o carro pagar
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.
Sou da geração ‘vou queixar-me pra quê?’
Há alguém bem pior do que eu na TV.
Que parva que eu sou!
Sou da geração ‘eu já não posso mais!’
que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.
8 comentários:
Sem negar as dificuldades da geração actual, que me desculpem, mas a minha passou por bem pioR: guerra colonial, PIDE, falta de empregos, discriminação sexual, inexistência de liberdade a todos os níveis, ... e, no fim, destruição completa de tudo por quanto lutámos e que muitissimos/as de nós pagaram com prisão, vidas destruídas, torturas e morte.
Só que esta gente está habituada a ter tudo de mão beijada e continua indiferente à espera não sei muito bem de quê!
No entanto, reconheço , a responsabilidade passa também por nós, que não os educámos da melhor maneira.
O meu grato e longo abraço, Amigo.
Acho que reflete não apenas a juventude européia mas a juventude mundial que tem se comportado assim!
Beijos amor
A juventude de hoje está perdida!
Obrigada pela visita em meu blog!
Estou te seguindo!
Abraço!
acho q isto reflete o mundo ... independente do espaço geográfico e do tempo ... há momentos q me sinto tão parvo tb ...
bjux
;-)
Exprime a verdade. Um protesto em forma de arte.A letra e a melodia lenta se completam e combinam.
Bravo Deolinda!
Abraço pra ti,amigo
eu acho que a maioria não percebeu a crítica. penso que os Deolinda não visavam a classe política, mas sim a juventude que nada faz, que não se manifesta, que permanece inerte. Eles aplaudiram no Coliseu... e no dia seguinte ficou tudo igual.
Olá amigo ManDrag!
Muito boa a música e o sentimento que nela transparece.
Acho que posso alinhavar com o final da poesia de Afonso Romano de Sant'anna que deixei em meu blog hoje:
"E cada geração , insolente,
continua a achar
que vive no ápice da história"
grande abraço carioca
"...para ser escravo é preciso estudar...".
Isso reflete tão bem o nosso comportamento social e político.
Adorei a música.
Beijus.
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