quinta-feira, 3 de junho de 2010

O HOMEM E A CIDADE

50% da população mundial vive em cidades. Grandes metrópoles que tendem a crescer ainda mais, com mais gente chegando a cada dia. Espera-se que num futuro próximo 75% da população mundial esteja concentrada (melhor diria apinhada) em metrópoles desmesuradas.

Isso corresponde a uma falsa ideia de progresso. A ideia do quanto maior melhor é uma falácia dum tremendo complexo de inferioridade. Uma megalópole não proporciona melhores condições de vida aos seus habitantes; pelo menos à sua maioria, considerando que apenas uma minoria privilegiada usufrui de todos os recursos por ela disponibilizados.

As nossas cidades têm-se caracterizado por serem grandes concentrações de betão e asfalto, sem lugar algum para a Natureza. E é bom não esquecer que nós humanos somos parte integrante do sistema natural do planeta. Fomos nós que criámos o mundo artificial em que vivemos e não o inverso. Por mais urbanos que nos queiramos definir nunca deixaremos de ser elementos bio-culturais dum bioma maior e universal.

Se a tendência de crescimento das cidades é inevitável (apenas porque interesses económicos maiores assim pretendem e definem) ao menos que se tornem esses ciclópicos aglomerados mais humanos e próximos do que é natural.

Não basta ter pequenas ilhas de verde espalhadas no meio de imensos mares de betão. É necessário que o natural faça parte do quotidiano de todos. Não basta providenciar empregos para todos. É necessário que todos tenham acesso ao ócio e lazer. Não basta que cada um tenha um televisor em casa. É necessário que todos tenham acesso a uma cultura de qualidade. Não basta construir hospitais e centros de saúde. É necessário que todos tenham direito à saúde e a uma assistência clínica de qualidade. Não basta que todos tenham um automóvel à porta. É necessário que todos se possam mover com facilidade, conforto e rapidez por todo o tecido urbano. E acima de tudo é necessário que todos tenham igual acesso ao respeito e à dignidade.

A cidade é uma criação humana para humanos viverem. Então, humanizemos as cidades!

1 comentário:

Serginho Tavares disse...

As pessoas vão para os grandes centros em busca de uma melhor qualidade de vida e se iludem achando que encontraram. A vida nas metrópoles cada vez mais mostra que essa qualidade de vida não existe lá. Mesmo assim o mundo globalizado impoe ao homem comum que ele apenas encontrará a felicidade nestes locais aumentando mais o desconforto para quem lá já está e sacrficando quem vai. O que fazer? Disseste bem no texto, mas acho que aqui no brasil as coisas tendem é a piorar!


Amo te