domingo, 17 de outubro de 2010

MINAS

Assistimos recentemente ao extraordinário e feliz resgate de vítimas dum acidente numa mina no Chile. Todo mundo se comoveu com o exemplar salvamento daqueles homens. Um exemplo de referência e que deveria ser aprendido como lição pelos governos de outros países e pelos proprietários de empresas de mineração.

Entretanto mais dois acidentes graves em minas ocorreram; um no Equador e outro (mais outro!) na China. E, de novo, as costumeiras inaptidão e desinteresse dos responsáveis revelou-se grosseiramente.

As causas do número de mortes ser elevado já todos sabemos. As condições de trabalho pouco se alteraram em séculos. Num mundo que se vangloria dos desenvolvimentos tecnológicos e onde já se constroem robots para servir chá e bolos com a melhor das delicadezas e simpatias, chegando mesmo a ensaiar pequenos excertos de conversação com os humanos, continuamos a ver os nossos irmãos de espécie tratados como os escravos que são.

Até quando vamos ficar espezinhados pela pata alarve dos grandes empresários, senhores de todos os direitos e a quem tudo é permitido? Até quando as nossas vidas humanas valerão menos que a ganância de lucro dessas criaturas nefandas que são os empresários e investidores? Até quando vamos assistir à cobardia desavergonhada de governantes ditos democráticos que foram eleitos pelo voto do povo e a quem juraram servir, mas que na verdade não passam de títeres nas rédeas dos senhores da finança? Até quando vamos ter de suportar esta merda de caos em que se estão a tornar as sociedades desta civilização urbana que despreza tudo que não seja o seu quotidiano mesquinho?

Chegou a hora de dar um BASTA! nesta imundice de civilização decadente. Os sinais estão por aí em todo o lado e prometem que vai ser duro. Duro a valer! Preparem-se pois a coisa só vai piorar!

Como dizia a outra: Isto já não vai às palmas, isto agora só vai às palmadas!

7 comentários:

Serginho Tavares disse...

O desastre no Chile foi um alerta que ninguém quer ver!
E fica a pergunta, até quando?

Beijos meu amor

Beth/Lilás disse...

Coitados desses homens!
Precisam ganhar o sustento, mas trabalham em situações tão mínimas de segurança. Quando chegará o dia em que, nesta era moderna, enxergarão que tal trabalho é degradante?
abs carioca

São disse...

Meu querido, só quando houver uma rebelião a céu aberto e de armas na mão ou quando o planeta por uma qualquer mudança radical mostrar que a Humanidade não é nem imperic+ivel nem toda poderosa. Até lá , a elite que se acha superior e nos manipula fará tudo quanto o Poder dado pelo dinheiro lhe permite!

Um saudoso abraço.

lolipop disse...

Subscrevo!
Já alguém dizia..."se queres paz. prepara-te para a guerra..."
ABRAÇOS

Anónimo disse...

Você levantou pontos interessantíssimos, amigo.

A pura verdade é que a tecnologia serve às classes abastadas. Pra quê gastar dinheiro com a segurança de um mineiro?

É realmente repugnante assistir à esse ciclo nojento do sistema capitalista.

Espero que com o exemplo do Chile, o interesse-ainda capitalista- na produção de livros/filmes sobre este evento, reaja de maneira positiva para que em conjunto, todos os grupos sociais façam alguma coisa pra que essa situação mude.

Porém amigo, a sensação que tenho é a mesma com a qual você termina o seu texto: parece que tudo tende é a piorar!

Anónimo disse...

Meu modo de protestar ativamente é não comprar nada fabricado nesses países. Sinto muito.
A alguém deve interessar que não se implementem alternativas ao carvão, mas há também as jóias que usamos sem remorso, o alumínio, o ferro e por aí vai.
Abraço e boa semana.

Hürrem disse...

E o pior de tudo amigo é constatar que a mídia estava mais interessada a respeito do triângulo amoroso na vida de um dos mineiros, que convidou a mulher a a amante para o esperarem do lado de fora e só a amante foi. O encontro dos dois foi amplamente fotografado e mostrado nos jornais, mas a atenção para o grave problema desse tipo de trabalho, da mineração, isso não teve grande alarde. O povo quer mais e pão e circus não tem jeito, infelizmente. Abraços