Longe vai a visão romântica do operário criado pela revolução industrial exigindo os seus direitos como trabalhador, que o diferenciavam do comum escravo. Hoje o trabalhador exige direito de acesso ao trabalho e os escravos passámos a ser todos nós; escravos dum sistema despótico e desumano.
Numa sociedade rica e tecnologicamente evoluída crescem as assimetrias sociais e as desigualdades cavam abismos entre ricos e pobres. As classes sociais estratificadas pela revolução industrial tendem a se confundir numa imensa massa humana tentando sobreviver à usura duma civilização do culto ao consumo e ao lucro.
Os pobres ascenderam socialmente; são agora gente de classe média incapaz de enfrentar os custos duma existência urbana usurpadora. Abaixo desses sobrevive a indigência máxima.
Na prática o Dia do Trabalhador passou a ser uma fuga para o ócio, numa tentativa de alienação das agruras dum sistema laboral substituto (mas muito mal disfarçado) do esclavagismo. A única vantagem na emancipação do escravo a trabalhador é a remuneração mensal e as férias anuais remuneradas (quando a elas tem direito, pois muitos nem a isso têm direito). Demais o sistema produtivo atirou sobre as costas do trabalhador todo um fardo de encargos sociais que o tornaram num novo modelo de explorado: o escravo assalariado.
ONTEM, TAL COMO HOJE
4 comentários:
Sim, o trabalho tornou-se num bem raro e escasso...e nós voltámos à escravatura...alienada, o que agrava muito a situação.
Um abraço grande, lindo.
Os pobres ascendem e a classe média desce ao fundo do poço pagando as contas dos outros.
Triste é saber que o mundo inteiro está assim e não temos para onde correr.
beijos
te amo
Querido, a tecnologia também tem seus valores! E os escravos assalariados a sustentam!
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