De Ítalo Calvino em “As Cidades Invisíveis”:
“Em Cloé, cidade grande, as pessoas que passam pelas ruas não se reconhecem. Quando se vêem, imaginam mil coisas a respeito umas das outras, os encontros que poderiam ocorrer entre elas, as conversas, as surpresas, as carícias, as mordidas. Mas ninguém se cumprimenta, os olhares cruzam-se por um segundo e depois desviam-se, procuram outros olhares, não se fixam.
... Corre alguma coisa entre eles, uma troca de olhares como se fossem linhas que ligam uma figura à outra e desenham flechas, estrelas, triângulos, até esgotar num instante todas as combinações possíveis e outras personagens entram em cena ... consumam-se encontros, seduções, abraços, orgias sem que se troque uma palavra, sem que se toque um dedo, quase sem levantar os olhos.
Existe uma contínua vibração luxuriosa em Cloé, a mais casta das cidades. ...”
3 comentários:
Somos todos /as transparentes...até quando?
Um avião aterrou no teu quintal.
Bom fim de semana, meu lindo.
Assim como toda grande cidade as pessoas passam, mas não se veem.
Adoro este livro do Ítalo Calvino!
E adoro você. Beijos
adoro vibrações luxuriosas ... quero viver em Cloé ... rs
bjão
;-)
Enviar um comentário